sexta-feira, 31 de outubro de 2008

TRAIDORES ANÔNIMOS, ASSASSINOS DECLARADOS

Nesta quarta, 29, após 2 dias do 2º turno das eleições, a governadora paulista dos gaúchos, YEDA CRUSIUS (PSDB), RIO GRANDE DO SUL, protocolou uma ADI (4167) no Supremo Tribunal Federal, alegando inconstitucionalidade da Lei do Piso dos Professores. O litisconsórcio é formado ainda pelos governadores: ANDRÉ PUCCINELLI (PMDB) MATO GROSSO DO SUL; ROBERTO REQUIÃO (PMDB), DO PARANÁ, LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA (PMDB), SANTA CATARINA e CID GOMES (PSB), DO CEARÁ.

Os governadores argumentam que da forma como está na lei, o valor do piso é o salário base, os professores iniciantes ainda podem ganhar gratificações além desse valor. A ação pede que os R$ 950 já incluam eventuais acréscimos. Segundo eles a lei "impôs aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios regras desproporcionais, por implicarem despesas exageradas e sem amparo orçamentário".

Também argumentam que não é de competência federal estipular a jornada de trabalho da categoria. Segundo eles, isso deve ser feito nos Estados. O grupo calcula que haverá ainda mais gastos com a medida. "Para suprir a ausência destes profissionais das salas de aula, e concomitantemente cumprir o calendário escolar, far-se-ia necessária a imediata contratação de novos servidores", “O projeto foi transformado no Congresso em uma lei geral que trata dos contratos do estado com os professores. Nós não podermos arcar. A lei manda que 33% da carga horário dos professores seja extra aula. Eu teria que fazer concursos, contratar de 15% a 20% a mais de professores para cumprir a lei” - reclamou Yeda Crusius ao deixar o STF, acrescentando que espera novas adesões de governadores à causa.

A Lei Federal 11.738, de julho 2008 define novas regras para o magistério e unifica a remuneração inicial dos professores de escolas públicas da educação básica. Foi proposta pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e sancionada no dia 16 de julho pelo Presidente Lula.
Determina que todos os professores da Educação Básica pública sejam beneficiados pelo valor integral do piso nacional, estipulado em R$ 950 a partir de 2010, sendo que o aumento será progressivo.
Em 2009, Estados e Municípios devem pagar dois terços da diferença entre o valor pago e o valor do piso.
Em 2010, os professores receberão o valor integral do piso, que também passa a ser considerado valor básico para 40 horas de trabalho semanais

O piso nacional vale para professores ativos, diretores e coordenadores pedagógicos com carga de 40 horas semanais, sendo um terço de atividades extraclasse e para os aposentados. E a União oferecerá uma complementação para Estados e Municípios que comprovadamente não atingirem o valor do piso nacional.

Segundo o Ministro Haddad, em declaração no dia da sanção da Lei, a aprovação do piso nacional é o primeiro passo de um processo de revalorização dos professores. “Muita gente vem dizendo que o piso é insustentável, mas ele é totalmente sustentável e os estados - inclusive os mais pobres - vão conseguir honrar. A União complementará com recursos do Fundeb os que tiverem mais dificuldades e, com o tempo, o gasto vai ser absorvido. O Magistério é a primeira categoria a ter o valor salarial estipulado na Constituição – e isso é muito bom. O próximo passo é normatizar os mecanismos de progressão na carreira para que o professor consiga enxergar seu futuro.”

Não existe argumento constitucional contra o piso. Segundo a nossa Constituição Federal “Cabe à União orientar a política educacional. E a Educação é um direito fundamental de todos. No caso do piso salarial dos professores, essa rede é formada por regulamentações do Conselho Nacional de Educação (CNE) e por dispositivos da própria Constituição.

No Capítulo II da Constituição, que trata dos direitos sociais dos cidadãos, o quinto inciso do artigo 7º define que deve existir um “piso salarial proporcional à extensão e à complexidade do trabalho”.

Ainda mais direta é a Emenda 53, de 19 de dezembro de 2006, que criou o Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Ela alterou o artigo 30 da Constituição, incluindo um inciso que estabelece a criação de um “piso salarial profissional da Educação escolar pública, nos termos de lei federal”.
Finalmente, o artigo 22 da Constituição diz que cabe à União legislar sobre as diretrizes da Educação.

A Resolução 3 do Conselho Nacional de Educação, de outubro de 1997, prevê que “a jornada de trabalho dos docentes poderá ser de até 40 horas e incluirá uma parte de horas de aula e outra de horas de atividades, estas últimas correspondendo a um percentual entre 20% e 25% do total”.

Desta forma a legislação em vigor indica que o Brasil deveria ter um valor mínimo de pagamento para o exercício da docência e também garantir um tempo específico para os educadores desenvolverem atividades extraclasse.

O texto passou pelas Comissões de Constituição e Justiça da Câmara e do Senado, sendo considerado pertinente por ambas.
No âmbito do Executivo, a Nota Técnica 93 da Advocacia Geral da União, assinada em 10 de julho deste ano por José Antonio Dias Toffoli, advogado-geral da União, usa sete páginas para concluir pela constitucionalidade.

A questão não é jurídica mas ideológica. Educar no Brasil é visto como problema e não como solução. O dinheiro da Educação é visto como um custo e não como um investimento. A raiz é sociológica. No Brasil, desde muito tempo atrás, um homem rico e valorizado não é aquele que detém conhecimento, mas bens. Seguindo essa lógica, a elite brasileira abandonou a educação pública do país. Como já existe uma escola particular mediana para quem tem dinheiro, o ensino dos pobres ficou relegado ao segundo plano. Nos falta a compreensão de que o país só avança economicamente e socialmente se valorizar o conhecimento. E esse conhecimento só se adquire e se desenvolve com Educação de qualidade. O piso é só o 1º passo dessa revolução. É preciso criar mecanismos para responsabilizar todos os entes federados, Estados, Municípios e União, pelo avanço na Educação, em vez de deixar a culpa sobre professores e alunos.
Um país que não pode pagar R$ 950 para um professor não pode pretender ser um país desenvolvido. R$ 950 como piso ainda é uma ofensa aos profissionais da área da educação.

A governadora do Rio Grande do Sul reajustou seu próprio salário em 143% e tem a coragem de dizer que esse mísero piso é impagável? No mesmo mês de aprovação do piso, o salário de Yeda Crusius subiu por decisão da Assembléia Legislativa de R$ 7.000,00 para R$ 17.347,14.
Não há interesse em qualificar futuros governantes, empresários e trabalhadores da nação, se investirmos na formação dos agentes do futuro derrotaremos gradativamente esses administradores.

Como pode o Rio Grande do Sul afirmar que a lei é “impagável”, enquanto o Piauí garante que vai cumprir a lei com folga? Está nas mãos do Supremo Tribunal Federal uma imensa responsabilidade. Não só declarar que a lei é constitucional mas mais que isso, garantir o começo de uma nova era na educação brasileira com mudança de rumo para nossas crianças, protegendo-as desses verdadeiros assassinos do futuro do Brasil.

www.mariarachelcoelho.com.br

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Homenagem a Manaus


MANAUS
339 ANOS

Minha Manaus querida!
Mesmo não sendo famosa,
Com fama de Maravilhosa,
Trago-te dentro do peito,
Amor mais que perfeito,
Uma paixão desmedida.
Garantida e Caprichosa
Você é minha escolhida!

Minha Manaus , imensa,
De tantos rituais e crença,
Que domingo me fez chorar,
Recomposta, venho te saudar!


No teu negro rio, eu mergulho,
Pra dar sorte, renovar,
E no teu ventre me embrulho,
Me ponho a descansar !
Refaz minha fé perdida,
Volto pra vida corrida,
Com energia incomum,
Uma paz e uma felicidade,
Que não encontro em lugar algum!


Minha Manaus adorada,
Do tambaqui e pacu,
Pirarucu, cupuaçu
Tucunaré na brasa,
Pupunha e tucumã,
E o canto do uirapuru.
Manaus do Jaraqui,
Que me fez ficar aqui,
E do melhor matrinchã!

Minha Manaus do progresso,
De um belo Pólo, Industrial,
Tecnologia e sucesso,
Cem mil empregos gerados,
Agora, filhos adotados,
Manaus de tantos errantes,
Tem gente de todo país,
Manaus da Ivânia, do Fábio,
E do Professor Zé Luiz.
Do Ocicléio e do Belém,
E de todos que quero tão bem!


Minha adorável capital,
Da Feira do Tururi,
Do Mercado Municipal
E da missa na Catedral.
Da noite no Taj Mahal!
Da Ópera, ao ar livre,
E da toada, sem igual.

Manaus da cerveja gelada,
No tradicional Chão de Estrelas,
Ou de um chopp, lá no pontal!

Dos ensaios do boi bumbá,
Sem palavras pra descrever,
Do sanduíche com tacacá,
Nas salas de aula ou no bar.
Passeio no rio, ao amanhecer,
Invadindo a floresta, bem devagar...
Terra de tantas, pra contar
Encanto, mistério e prazer.
Manaus! da minha história,
Que jamais vai envelhecer!

Manaus do encontro das águas,
Dos botos, das garças e flores
E borboletas de todas as cores,
Japiim nas biqueiras cantando,
Igapó, igarapé e muitos amores,
Mitos e lendas, dos sonhadores,
Ou das frutas de vários sabores.




Minha Manaus Menina!
Isso tudo é pra te dizer,
Feliz Aniversário!
Isso tudo é pra te dizer,
Que você, me alucina!
Muda meu calendário,
Troca meu fuso horário,
Tento te descrever,

Você é Poesia
É encanto e magia
Sem a qual,
Não viveria,
Minha alma, morreria!

Por MARIA RACHEL COELHO PEREIRA
Esta poesia já foi publicada em: www.mariarachelcoelho.com.br

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Educacionismo em Vila Valqueire




Depois de duas semanas de provas e uma de feriado foi retomado hoje pela manhã o Ciclo de Palestras sobre "O Educacionismo" nas unidades da Universidade Estácio de Sá.

A palestra de hoje foi realizada em Vila Valqueire e em seguida houve um longo debate com alunos, professores e coordenadores do Campus.

Além de discutirem os desafios que a educação brasileira têm pela frente, a Profª Maria Rachel Coelho Pereira, acompanhada da Profª Roberta Santini Tavares, expôs vários projetos de autoria do senador Cristovam Buarque, como o da Responsabilidade Educacional e a Federalização da Educação Básica.

Instigada a falar sobre partidos políticos e a votação de domingo, a Profª Maria Rachel explicou que: ..." a causa Educacionista tem militantes filiados em todas as siglas como foi o partido abolicionista no século XIX. Naquela época todos lutaram pela abolição com base no abolicionismo, hoje todos juntos temos que lutar pela Revolução da Educação com base nos Princípios do Educacionismo, inclusive para completar a abolição"...

Estão confirmadas as próximas palestras nas unidades Guadalupe, Cabo Frio, Queimados e Vila Velha (Espírito Santo).

Educacionismo no TJ-RJ

Pela primeira vez o Educacionismo foi divulgado no Poder Judiciário.

Foi no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, durante o XI ENAI - Encontro Nacional de Advogados do Mercado Imobiliário, promovido pela ABAMI (http://www.abami.org.br/) e realizado no auditório da EMERJ.

Participaram do painel além da Profª Maria Rachel Coelho Pereira, os desembargadores Sylvio Capanema de Souza, Nagib Slaibi Filho, a juíza Maria Cristina Barros Gutierrez, e os advogados Sérgio Murilo Herrera Simões e Geraldo Beire Simões.

Assista o vídeo com alguns minutos da palestra. http://www.youtube.com/v/2Vnf6GTXwik

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

EDUCACIONISMO NO MARACANÃ!


Educacionismo Verde e Rosa


A Professora Maria Rachel Coelho e Paulo Ribeiro, presidente da Fundação Darcy Ribeiro estiveram neste sábado no ensaio da Mangueira. A verde e rosa em 2009 vem com uma homenagem ao Professor Darcy Ribeiro. Seu enredo traz um dos livros de Darcy "O Povo Brasileiro".

"Confesso que me dá certo tremor d'alma o pensamento inevitável de que, com uns meses, uns anos mais, algum sucessor meu, também vergando nossa veste talar, aqui estará, hirto, no cumprimento do mesmo rito para me recordar. Vendo projetivamente a fila infindável deles, que se sucederão, me louvando, até o fim do mundo, antecipo aqui meu agradecimento a todos. Muito obrigado. Estou certo de que alguém, neste resto de século, falará de mim, lendo uma página, página e meia. Os seguintes menos e menos. Só espero que nenhum falte ao sacro dever de enunciar meu nome. Nisto consistirá minha imortalidade.".
Darcy Ribeiro em seu discurso de posse na ABL

CAMINHADA EDUCACIONISTA DO DIA DAS CRIANÇAS





FOI REALIZADA HOJE, 12 DE OUTUBRO, NO COMEÇO DA MANHÃ, A PRIMEIRA CAMINHADA EDUCACIONISTA SÓ DE CRIANÇAS E FOI NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO.

A CAMINHADA, QUE PARTIU DA CRUZADA SÃO SEBASTIÃO, FOI LEVADA PELAS PRÓPRIAS CRIANÇAS, TODAS COM UM LIVRO NA MÃO.

NA VOLTA TODOS "PINTARAM O SETE", COM MUITOS BRINQUEDOS E DOCES.

O MOVIMENTO EDUCACIONISTA COMEÇOU RECENTEMENTE UM TRABALHO NA COMUNIDADE COM CURSOS DE ARTES MARCIAIS E BASQUETE .
É TAMBÉM DA CRUZADA SÃOSEBASTIÃO O PRIMEIRONÚCLEO EDUCACIONISTA MIRIM.

VEJA O VÍDEO NO YOU TUBE COM UM PEDACINHO DE NOSSA FESTA:


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

WELERSON, RICKY E RENAN são EDUCACIONISTAS da CRUZADA SÃO SEBASTIÃO

No final da tarde de hoje, 9 de outubro, foram passear no Shopping Leblon com a Professora Maria Rachel.

Os meninos queriam comer no Bobs mas temiam ser barrados na entrada do Shopping: "Engraçado, tia, que os ricos tem medo da gente, mas a gente também tem medo de ser barrado aí na entrada, eles pensam logo que a gente é ladrão”...

No próximo sábado, todos vão ao jogo do Flamengo e Atlético Mineiro. O sonho dos meninos é conhecer o Maracanã. Será realizado!

MANGUEIRA 2009



A Professora Maria Rachel Coelho Pereira, convidada a desfilar pela Mangueira no carnaval de 2009, começou hoje a acompanhar os trabalhos de barracão.
A Mangueira fará uma homenagem ao Professor Darcy Ribeiro, seu enredo abordará um de seus livros “O POVO BRASILEIRO” .
Maria Rachel e Sandra Rodrigues Santos, responsável pelo Núcleo Educacionista do bairro do Grajaú, foram convidadas pela Presidente da Escola, Eli Gonçalves da Silva, filha da saudosa Dona Neuma.

Entre outros assuntos, abordaram a situação absurda do CIEP do Sambódromo estar parado. São 35 salas de aula fechadas.Maria Rachel continua tentando uma ala para o Movimento Educacionista no desfile de 2009.Chininha fez um convite ao Senador Cristovam Buarque para um café da manhã na quadra da Escola.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

EDUCACIONISMO - ESSE É O FUTURO QUE O BRASIL MERECE!

*Por Maria Rachel Coelho Pereira
No decorrer da semana recebi vários emails e telefonemas para uma orientação em quem votar. O que causou espanto foi a quantidade de colegas, professores universitários que ainda estavam indecisos. Mas isso é perfeitamente compreensível. A polarização do debate eleitoral nos mostra que os partidos e candidatos estão iguais. A diferença se limita à tentativa de mostrar quem resiste mais às denúncias. Não há propostas novas para reorientar os rumos nacionais. É como se todos os problemas do Brasil se resolvessem pela simples manutenção do caminho adotado e que criou a tragédia social em que vivemos. Os conceitos de esquerda e direita perderam significado, e os partidos perderam a identidade. Todos se misturaram e se assemelham.
A eleição é o momento de pensarmos adiante, principalmente no Brasil, que sempre pregou ser o país do futuro. Mas hoje, o que vemos é um debate em que o futuro parece não existir, ou ser uma mera continuação do presente. Nos discursos, não há diferença nas perspectivas de futuro. Não vemos solução para a desigualdade. Como estará o Brasil daqui a 20 anos, diante da Globalização? Como garantiremos oportunidades iguais a todos? Que modelo econômico adotaremos, capaz de assegurar sustentabilidade, respeito ao meio ambiente e proteção do nosso patrimônio natural para as gerações futuras? Como conseguiremos oferecer emprego a todos os adultos, num tempo de crescente automação? Infelizmente, o que vemos hoje é um debate preso às circunstâncias atuais. Precisamos de alguém que cuide do presente, mas que comece a construir a ponte que nos levará ao Brasil de amanhã. Precisamos de alguém que comece a desenhar um futuro diferente para o Brasil.
Do governo Lula e dos partidos que o apóiam, esperava-se uma mudança. Menos compromisso com o partido e com a carreira de pessoas, e mais com o País e o povo. Mas não é isso o que se vê. Na verdade, só mudaram uma palavra: de um programa emancipatório como o Bolsa-Escola adotaram um programa assistencialista como o Bolsa- Família. No mais, o espírito é o mesmo: a indiferença.Mas, em regra, é essa a postura política brasileira. Governa-se para ficar bem na opinião pública e não para que o país fique bem na história. Parece que tem dado certo pela quantidade de candidatos que fizeram questão de usar a imagem do Presidente da República na campanha eleitoral. O que importa é a queda na popularidade. As crianças são irrelevantes se a imagem do governo estiver bem. Elas não votam.
Há anos, somos um País de escândalos de corrupção. Nos jornais, as páginas de política parecem com as de polícia. No meio de tantas denúncias, em pleno século XXI, depois de seis anos de um governo eleito pela esquerda, estatística do IBGE demonstra que o Brasil tem 2,4 milhões de analfabetos com idade entre 7 e 14 anos, dos quais 2,1 milhões (87,2%) frequentam a escola ( Jornal O Globo, 25 de setembro de 2008). Isso também é um escândalo, mas ninguém propõe uma CPI para investigar isso. Também não aparecem as crianças escondidas pelo manto da miséria, da exclusão e da discriminação, às quais são negados os direitos mais básicos, inclusive o direito ao registro civil, à condição de cidadão. Sem nome, sem registro, sem infância e sem futuro, que deixam de figurar nas estatísticas oficiais e perdem espaço nos programas oficiais, que deveriam ser desenhados justamente para atendê-las.
Nossas políticas públicas continuam ignorando milhões de crianças, privando-as da chance de um futuro digno. Talvez porque ninguém relacione, de forma inequívoca, infância e progresso. Talvez não percebamos que comprometer o desenvolvimento das crianças é comprometer nosso desenvolvimento. Não há futuro para um país que não cria suas crianças de forma digna e decente. Precisamos tirar nossas crianças das ruas, do trabalho, da prostituição infantil e colocá-las em escolas bonitas e bem equipadas, em horário integral, com professores muito bem remunerados, garantir a todas elas escolas com a mesma qualidade. Precisamos acreditar que isso é possível. Porque perdemos a capacidade de acreditar, nos acostumamos tanto com escolas ruins e desiguais que soa utópico, falta de bom senso, defender que todas as escolas sejam de qualidade, e que a escola do pobre seja igual à do rico. No dia do aniversário de 20 anos de nossa Constituição, nada temos a comemorar enquanto não a cumprirmos. Ou educamos todos, ou não teremos futuro. Ou o Brasil se educa ou fracassa; ou educamos todos, ou a desigualdade continua; ou desenvolvemos um potencial científico-tecnológico, ou ficamos para trás.
A revolução de hoje é a da distribuição do conhecimento. E conhecimento só se distribui com o acesso a uma escola com a mesma qualidade para os filhos dos pobres e para os filhos dos ricos. E escolas tão boas quanto aquelas dos países que já fizeram a revolução educacional, muitas décadas atrás. Isso só será possível melhorando o salário do professor, suas condições de trabalho, sua dedicação ao trabalho, sua formação, seu acesso a bons equipamentos. Mas para isso, é preciso que, apesar das disputas partidárias, forças políticas se unam e se comprometam em torno desse ideal, ao longo de muitos anos, mesmo com alternância no poder. Ele exige uma aliança entre lideranças políticas, partidos e pessoas de esquerda e de direita . Hoje existe um projeto de futuro, embora ainda pareça desligado do presente. Como um sonho desvinculado da realidade. Uma revolução feita com lápis e computadores e ainda existem políticos, em todos os partidos interessados pelo rumo do Brasil, embora a maioria só faça política e considere esse problema uma situação natural, irrelevante que se resolverá automaticamente nas próximas décadas.
Começa a crescer no Brasil, “militantes” e não só “filiados” dispostos a enfrentar esse problema social seriamente, por meio de políticas sociais eficientes, dando prioridade a educação e que sabem que essas políticas devem ser iniciadas imediatamente, com responsabilidade. São os Educacionistas. O Rio precisa de um Prefeito Educacionista, e isso independe de partido, o Brasil precisa de mais Educacionistas, como já precisou dos Abolicionistas. Para juntos fazermos a revolução pela educação. Superarmos a tragédia da exclusão, educando a todos, derrubando o muro da desigualdade e desenhando efetivamente um Estado Democrático de Direito.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Transporte Escolar

Por Maria Rachel Coelho




É direito e dever do Estado garantir acesso e permanência do aluno na escola.

A Constituição Federal de 1988 vincula ao dever de oferecer a educação, obrigações "acessórias", que complementam o direito ao ensino público e por meio das quais se possibilita o acesso e a permanência do educando no ambiente escolar.

Além de elevar a educação à categoria de Princípio e base para o desenvolvimento da sociedade brasileira, preceitua, ainda, como objetivo precípuo, o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Destaca-se, entre os Princípios apontados para o desenvolvimento do ensino, a promoção de ações que assegurem a igualdade de condições para o acesso e a permanência à escola.

Apesar de 6 anos de esforços no Governo do Presidente Lula para uma maior inclusão e igualdade, nossa realidade ainda é bastante desigual e difícil principalmente para as regiões do Norte, onde a estrada natural são os rios. A dificuldade aumenta quanto a assegurar o acesso e a permanência da criança e do jovem na escola.

No artigo 208 da Constituição encontram-se as obrigações do Estado, no que tange ao oferecimentodo ensino público. Trata-se de garantias asseguradas aos educandos, cuja finalidade é o efetivo exercício do direito à educação, estando, dentre elas, o transporte escolar:

Art. 208. O dever do Estadocom a educação será efetivado mediante a garantia de:

VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

A Constituição Federal define, ainda, a área de competência de cada ente federativo na oferta do ensino público, prioritariamente:

Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino.

§ 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

§ 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

§ 3º. Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.

§ 4º. Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório;

§ 5º A educação básica atenderá prioritariamente ao ensino regular.

A atribuição prioritária dos Municípios, compreende o ensino fundamental e a educação infantil.

O texto do inciso VII do art. 208 da ConstituiçãoFederal, indica expressamente que a manutenção de programas suplementares destina-se ao ensino fundamental, o que poderia conduzir à interpretação literal de que os alunos da educação infantil e do ensino médio não fariam jus a tal garantia.

No entanto, o entendimento do Poder Judiciário, nas diversas ações intentadas contra o Poder Público, tem sido no sentido de que o transporte escolar é uma garantia do educando matriculado em escola pública de educação básica, independentemente do nível ou etapa escolar em que se encontra.

Portanto, ao oferecer a educação infantil e o ensino médio, o Poder Público também se obriga a desenvolver o programa de transporte para os alunos destas etapas escolares.

Desta forma, reforma introduzida pelo inciso VI, no artigo 11 da LDB, pela Lei Federal nº 10.709/2003, estabelecendo a responsabilidade do Município no transporte escolar, qual seja, de transportar os alunos matriculados em sua rede ensino, isto é, nas escolas Municipais.

Possui o Município, portanto, responsabilidade em relação aos alunos matriculados em sua rede de ensino, o que não exclui os alunos de escolas estaduais. Ressalte-se, inclusive, que a polêmica existente em torno da responsabilidade pelo transporte escolar, envolvendo alunos matriculados em escolas estaduais, determinou a modificação na LDB, introduzida pela Lei nº 10.709/2003, tornando expressa a responsabilidade do Estado em relação aos alunos matriculados em sua rede de ensino, nos termos do que dispõe o art. 10, inc VII, da Lei nº 9.394/96.

Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:

[...]

VI – assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (Incluído pela Lei nº 10.709, de 31.7.2003)

Delimitada, desta forma, a responsabilidade de cada um dos entes, embora algumas decisões do Poder Judiciário ainda sejam no sentido da responsabilização solidária entre Estado e Municípios, ou seja: mesmo com a definição trazida pela Lei nº 10.709/03, algumas decisões entendem pela responsabilidade do Município em relação ao transporte dos alunos da rede estadual. A responsabilidade da Administração Municipal, nesse sentido, seria de cooperar e manter parceria com o Estado para a realização do transporte.

No entanto, se uma Lei Federal traz a delimitação precisa da responsabilidade de cada um dos entes, não cabendo ao Município qualquer obrigação em relação aos alunos da rede estadual de ensino, salvo na hipótese de formalmente comprometer-se a assumir tal obrigação, nos parece equivocada essa posição do Judiciário.

Apesar de delimitar e definir separadamente a responsabilidade de Estados e Municípios,em relação ao transporte escolar de seus alunos, a Lei nº 10.709/03, assegura a possibilidade dos entes celebrarem pactos ou ajustes com vistas a promover, em sistema de colaboração, o programa do transporte escolar, como se percebe na leitura do artigo 3º:

..."Cabe aos Estados articular-se com os respectivos Municípios, para prover o disposto nesta Lei da forma que melhor atenda aos interesses dos alunos"...

Embora o Município não possua a incumbência do transporte escolar dos alunos da rede estadual, pode celebrar termo de convênio com o Estado, ajustando a realização do transporte desses alunos e o repasse de recursos correspondentes, se assim entender de conveniência e interesse da Municipalidade. Deixemos bastante claro que trata-se de uma opção dos Estados e Municípios a celebração desses convênios prevista e permitida pelo referido dispositivo.

O que é obrigatório, é que os entes mantenham um perfeito funcionamento no transporte escolar, de forma a atender aos interesses dos educandos das suas respectivas redes de ensino.

Dito isso acerca da Constituição e da LDB quanto à obrigação de fornecer transporte escolar e, em especial a possibilidade da realização de convênio entre Estado e Municípios, cumpre mencionar o artigo 62 da Lei de Responsabilidade Fiscal :

Art. 62. Os Municípios só contribuirão para custeio de despesas de competência de outros entes da Federação se houver:

I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orçamentária anual;

II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua legislação.

A possibilidade de o Município assumir o transporte escolar da rede estadual está adstrita ao cumprimento dos requisitos impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

Reafirmando o sistema de competências e atribuições próprias de cada ente federativo, o custeio pelos Municípios, de despesas de responsabilidade do Estado ou da União, só se justifica, se houver autorização legislativa para tanto, previsão nas Leis Orçamentárias e a existência de convênio, ajuste ou congênere, sem os quais, seria irregular a realização de qualquer despesa nesse sentido.

Por fim, sobre a possibilidade de convênio para o transporte da rede estadual, vale ressaltar que, quando o termo de ajuste referir-se ao transporte de alunos do ensino médio, o Município só poderá firmá-lo se estiver atendendo plenamente sua área de atuação e com a utilização de recursos em índices superiores aos determinados constitucionalmente.

Educacionismo na Cruzada São Sebastião






O conjunto popular CRUZADA SÃO SEBASTIÃO foi inaugurado em 29 de outubro de 1955, e fica numa das áreas mais nobres do Rio, entre o Leblon, Gávea e a Lagoa Rodrigo de Freitas.

Conta com duas escolas, uma creche, um posto ambulatorial, uma delegacia e até uma igreja, a dos Santos Anjos, tombada provisoriamente pela Prefeitura no último dia 25 de agosto de 2008.

A Escola Municipal Santos Anjos, colada à Igreja, proprietária do imóvel, é proibida de funcionar após às 17:30. Na foto, tirada às 20:00 mostra a Escola fechada. São 20 salas de aulas fechadas no turno da noite por determinação da Mitra.

Por iniciativa de Joel Nonato, as crianças e adolescentes tem por opção até às 21:00 a prática de judô e basquete. A área foi montada e é conservada pelo próprio Joel, que é Pastor da Igreja Assembléia de Deus.

Já as crianças da Cruzada que freqüentam o CIEP NAÇÃO RUBRO NEGRA, que fica em frente ao CLUBE DE REGATAS DO FLAMENGO reclamam que a comida: ...”quando tem é arroz, feijão e uma sopa muito ruim, e que não tem nenhum computador para os alunos, só na sala da direção.


A Cruzada fica colada ao Shopping Leblon, considerado o maior empreendimento da Zona Sul carioca dos últimos 25 anos. Um imenso muro separa ricos e pobres, intelectualizados do Leblon de professores que não tem nem e-mail .

O NÚCLEO EDUCACIONISTA CRUZADA SÃO SEBASTIÃO foi inaugurado nesta tarde, 30 de setembro de 2008, e terá como responsável ANGELO FONSECA, aluno da Professora Maria Rachel Coelho Pereira, no curso de Direito, da Universidade Estácio de Sá.

Professora Maria Rachel Coelho sobe morro no Rio



Durante toda a manhã, ao som de "Pintando o Sete" foi inaugurado o 1º Núcleo Educacionista em uma comunidade carente no Rio de Janeiro: o Núcleo Vila Juaniza, na Ilha do Governador.

Uma comunidade com aproximadamente 50 mil moradores e nenhuma escola. Também é a comunidade do Rio com o maior número de casos de Aids.

Acompanhados do Presidente da Associação de Moradores, Antônio Galdino de Oliveira (Toninho), a Professora Maria Rachel Coelho Pereira e Ricardo Menezes percorreram várias ruas do Morro.

Um fato impressionou: um grande lixão ao lado da única quadra de esportes que existe no local e onde as crianças jogam bola. Segundo o próprio Toninho "em determinadas horas do dia, as crianças jogam bola mesmo é com os ratos".

Os Coordenadores do Movimento conversaram com cerca de 150 crianças. A Constituição Federal determina que todas têm o direito de viver com dignidade e respeito.

É preciso que os pobres acreditem que é possível uma Escola igual para todos. E que só com o apoio da massa conseguiremos realizar nossa Revolução!

O responsável pelo Núcleo Vila Juaniza é

JORGE GOMES
ojuofa@uol.com.br



Inauguração do Núcleo Educacionista de Vila Juaniza - Ilha do Governador - RJ

Educacionismo busca apoio de Bibi Ferreira

Com sua mãe Janette Jane, que trabalhou e foi dirigida por Bibi Ferreira no Brasil e em Portugal, a Professora Maria Rachel Coelho Pereira esteve na peça “Às Favas com os Escrúpulos”, no Teatro Clara Nunes, Rio de Janeiro.

Na oportunidade, convidou a maior dama do teatro brasileiro para ser a Embaixadora do Movimento Educacionista.

Bibi, que recebeu da professora dois livros de Cristovam Buarque: “O que é o Educacionismo” e “Sou Insensato”, enviados pelo senador especialmente para ela, se disse muito honrada com o convite, e disse que vai ler sobre a nova ideologia para dar uma resposta.

Bibi, ícone da cultura brasileira, já havia declarado apoio à Cristovam em sua candidatura a diretoria-geral da UNESCO.


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Educacionistas ajudarão Escolinha em Bangu


A Diretora da Creche Escola "Chuvinha de Saber" , Cristiane Maesse, procurou a Coordenação do Movimento Educacionista - Rio de Janeiro, para pedir ajuda.

A Escolinha passa por sérios problemas por falta de recursos. Faltam carteiras, computador e até colchonetes para as crianças.

A Professora Maria Rachel Coelho passou a tarde na Escolinha, conversou com as crianças e educadoras sobre o Educacionismo e a importância de uma “Escola Igual Para Todos”.

Ela se comprometeu em montar uma sala de informática, além de conseguir também suprir todos os itens citados.

A Escolinha fica na Rua Rangel Pestana 145, em Bangu, tel: (21) 34638421