quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Nos 110 anos de Drummond, Maria Rachel Coelho faz mais uma homenagem à Darcy Ribeiro na ABL!

 Foto: Maria Rachel Coelho, palestrante do dia no Espaço Machado de Assis


 Foto: Larissa Loretti apresentou Maria Rachel Coelho aos membros da Associação dos Diplomados da Academia Brasileira de Letras, ADABL.

 Foto: Maria Rachel Coelho em sua palestra: DE QUEM É A TERRA?

 Foto: Zelia Fernades, presenteia Maria Rachel Coelho com a Revista Cultural da ADABL.

 Após a palestra, Maria Rachel Coelho recebeu um lindo certificado pela palestra ministrada de Noêmia Aparecida de Abreu Ribeiro, Presidente da ADABL e de Loisy Cerqueira Varêda, vice-presidente da ADABL.

Maria Rachel Coelho com os membros da ADABL.

No dia em que a Academia Brasileira de Letras comemorou o 110º aniversário de Carlos Drummond de Andrade com Recital de Poesias, a Professora Maria Rachel Coelho proferiu palestra iniciando com mais uma homenagem ao Professor e acadêmico Darcy Ribeiro.


Maria Rachel iniciou a palestra explicando a Coleção Biblioteca Básica Brasileira, um sonho de Darcy, que foi interrompido, depois da publicação dos primeiros 10 volumes da BBB, com tiragem de 15.000 coleções, ou seja, 150 mil livros.

...“A continuidade do programa de edições pela UnB que foi inviabilizada devido à truculência política do regime militar, tornou-se realidade semana passada, aqui na ABL, com o lançamento de “América Latina: A Pátria Grande” de Darcy Ribeiro”..

Redesenhado pela Fundação Darcy Ribeiro com parceiros como a Fundação Biblioteca Nacional e a Editora UnB, o projeto renasce com a inclusão de 50 novos títulos, apresentando 150 obras, totalizando 18 mil coleções perfazendo um total de 2.700.000 exemplares que serão distribuídos gratuitamente para as bibliotecas que integram o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas ao longo de três anos, contando com o patrocínio dos Correios e da Petrobras, no âmbito da Lei Rouanet.

Maria Rachel continuou a homenagem à Darcy falando de sua maior paixão: os índios! Estendendo a homenagem aos Guarany-Kaiowá do Mato Grosso do Sul, perguntando ao auditório da Sala José de Alencar completamente emocionada: De quem é a Terra?

E depois explicou que os Guarany, não se consideram donos da terra, mas filhos dela. Ela é o tekoha, o lugar onde cultivam o modo de ser guarany, o nhanderekó. Citou seu amigo Kaiowá, Tonico Benites: ..."Guardamos com a terra um forte sentimento religioso de pertencimento ao território. Não é a terra que pertence ao Guarani, mas o Guarani que pertence à terra”..

E concluiu afirmando:

...“As pessoas não são donas da Terra mas sim parte dela...Temos que ver a Terra como algo vivo e nós como seus filhos, filhos da terra, nós, seres humanos somos terra, que andamos que pensamos, por isso que homem vem de humus (terra fértil). Quando o homem deixa de ser humus, ele dá um golpe em si próprio e se transforma em homo cumulus, perde sua arte, sua identidade com a terra, com o pó. Esse homo cumulus é uma espécie estranha, estranho a si mesmo, desprovido de idéias e sonhos, o amor pela terra, pelo verde, pela aventura, ele cria sua própria selva, seu mundo e nem sabe mais de onde veio e também não sabe que além do azul do céu tem algo mais”...