quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Pôr do sol em Alter do Chão




Feitiço Caboclo, como um mago, o Rio Tapajós faz surgir um espetáculo no Pará: praias fluviais tidas como as mais belas do planeta ficam caprichosamente escondidas sob suas águas esmeraldinas. Mais do que a incrível paisagem à beira da Floresta, Alter do Chão oferece histórias, aromas, sabores e amores únicos.

O imponente Rio Tapajós também é camaleônico: muda de cor várias vezes ao dia. Quer mais, aliás, tem coisa que não tem: não há um mosquito sequer na Vila. As larvas não proliferam nestas águas acidulantes.

Quando as chuvas rareiam, de julho a dezembro, as águas diminuem e surgem praias que só em maio desaparecerão completamente. São praias insuspeitadas e delirantes, contornadas pela mata, fazendo o encanto do lugar. Pode-se chegar a elas de canoas, caiaques, casquinhos (em Alter chamados de catraias) ou até mesmo cruzar o rio a pé. Para ir mais longe,  só em gaiolas regionais.

Nas praias, as árvores ficam respingadas de escamas, com marolas batucando em suas raízes. Elas são multiuso: as copas fazem sombra para o banhista; os caules escoram barcos; e nos galhos penduram-se redes pra ficar preguiçando no bem-bom.

Quando as águas estão tranquilas, como um espelho, refletem o céu: as folhas parecem tocar as nuvens, e as flores lançadas pela brisa constante viram peixes coloridos.

E depois desse passeio é quase obrigação rezar, agradecendo essa viagem mágica, na Igreja Matriz, que colorida em tons vivos de amarelo e verde, ganha ares de bandeira nacional.

A propósito de preces e ave-marias, segundo naturalista inglês Henry Bates, que viajou por volta de 1850 pela vasteza da Amazônia, o povoado deve seu nome a Altar do Chão, uma estranha colina de cume chato, com aspecto do altar-mor das igrejas portuguesas.

Não é à toa que essa parte da Amazônia ganhou apelido de "CARIBE BRASILEIRO" e foi eleita pelo jornal britânico "The Guardian", pela 2ª vez,  a praia de água doce mais bonita do mundo.

Não foi à toa que Alter foi escolhida, também, como cenário do Filme Tainá 3, a Origem.

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