segunda-feira, 5 de maio de 2008

Um presente atrasado

*Artigo publicado no Jornal do Brasil de 4 de maio de 2008


5 comentários:

Anônimo disse...

Com certeza absoluta, Rachel, o Darcy Ribeiro, hoje deve estar rindo à toa!

João Leonel
Porto Alegre

Anônimo disse...

Profª
Na verdade estou bastante confusa. Hoje na aula, a sra. se disse preocupada porque o STF pode nos levar a um retrocesso sem
precedentes na história do indigenismo, em razão de alguns ministros já terem se antecipado em alguns comentários,a tendência é uma grave mudança na
Raposa Serra do Sol, desmembrando-a em "ilhas" para acomodar alguns arrozeiros
que a esbulharam ilegalmente a alguns anos atrás. O fundamento legal seria o
risco à soberania nacional. Mas que nunca na história do Brasil o nosso território sofreu perda para outro país por causa dos índios, pelo contrário, foi pela aliança de alguns povos indígenas com os portugueses
que ganhamos parte do território brasileiro, assim como tiveram papel fundamental na inclusão de Roraima ao território nacional,
Os povos
indígenas são parte essencial da nação brasileira, as terras indígenas
integram um Brasil único! Até aí entendo bem, mas a sra. afirma que em sua visita percebeu que os próprios índios não querem a saída dos arrozeiros porque eles lhe dão o mínimo de estrutura, de sobrevivência.
Se puder escrever sobre isso, seria muito bom, minha dúvida é de muitos, gravo suas aulas mas ainda não consegui entender.
obrigada

Joana Magalhães
Processo VI - M. Cortes - 2ª

Anônimo disse...

Professora
É dramática, também, a realidade dos indígenas que vivem em Dourados, Mato Grosso do Sul, crianças de 11, 12 anos morrendo por desnutrição e suicídio!
Os índios vivem confinados em diminutas proporções de terra, sempre a questão gira em torno da terra, e ninguém está nem aí!
Ou melhor, agora temos uma pessoa como você para denunciar e ajudar numa mobilização para evitar essa tragédia.

José Maurício Belém
Manaus

Anônimo disse...

Joana
Não se trata de proteger ou não os índios ou a Reserva Serra do Sol. É uma questão de definir quem é que vai ter o monopólio sobre o "saque" dos minérios, em especial o Nióbio.
Se o PT pelas mãos da FUNAI ou se as ONGs pela rota da Guiana.

Sem abordar as intenções declaradas de Chavez sobre invadir a Guiana, as pessoas sequer conseguem entender por que as FARCs estão do lado dos arrozeiros e não da demarcação em área continua.
As pessoas temem a perda da soberania de nosso território e uma imaginária permanência das FARCs na região, sem se darem conta que a RSS nem floresta (mata fechada) é de fato!
Ficam confusas ao tomar conhecimento que ali é região de cerrado e um grupo terrorista certamente não se "esconderia" em campo aberto!
Enquanto a FUNAI não for devidamente desmascarada e os reais interesses envolvidos não ganharem a luz do dia, o povo brasileiro continuará tratando romanticamente, dentro do "politicamente correto" a questão da demarcação das reservas!

Temos indígenas trabalhando nas grandes plantações de arroz como escravos. Eles só têm a perder com isso. O que eles [os proprietários das terras] querem são os índios que estão com saúde. Depois que adoecem, eles demitem

A Raposa Serra do Sol foi homologada em 2005, mas a luta pela titulação da área e pela retirada dos arrozeiros da região permanece ainda hoje. Porque as reservas indígenas mesmo quando homologadas, são invadida pelos não-indígenas.
Por causa do conflito na região, vários indígenas estão migrando para as cidades mais próximas, onde a maioria vira mendigo e passa necessidades.

São as pessoas mais vulneráveis dessa "nação única" porque o governo não dá subsídio para que possam construir, plantar ou ter uma alimentação saudável. Já os grandes latifundiários têm esse apoio do governo e dos bancos.

Que Deus proteja meu povo Macuxi!

MARIA RACHEL COELHO

Peço aos que querem fazer alguma pergunta que o façam por email, é impossível responder tudo por aqui
obrigada.

Anônimo disse...

Rachel,
É de pessoas como você que o Brasil está precisando.
Tenha certeza que não estará sozinha, nunca!

José Carlos Couto - PGJM
Brasília