terça-feira, 17 de março de 2020

                      As emoções e o coronavírus

*Por Arleir Francisco Bellieny


A etimologia da palavra emoção, origina-se do latim “ex-movere”   significando “em movimento”. Logo se pode deduzir que trata-se de algo dinâmico e em constante transformação.
Da Grécia antiga ao Séc. XIX, as emoções eram consideradas como instintos básicos que deviam ser controlados para que a capacidade de pensar não fosse afetada.
Já em 1872, Charles Darwin (1) propôs uma linha de investigação para identificar as emoções básicas, ou universais de origem biológica, comparando as emoções dos humanos à dos animais. A partir do Séc. XX, porém, os estudos e pesquisas apontaram um novo rumo no entendimento das emoções. São inúmeros os teóricos notáveis que se ocuparam e se ocupam com as emoções. (2).
Para uma breve reflexão destaco Joseph Lê Doux (3): “Emoções em ação tornam-se poderosos fatores de motivação para futuras atitudes. São elas que definem o rumo de cada ação e dão a partida nas realizações de longo prazo. Mas nossas emoções também podem nos trazer problemas. Quando o medo se transforma em ansiedade, o desejo dá lugar à ganância, uma contrariedade converte-se em raiva e a raiva em ira, a amizade dá lugar à inveja e o amor à obsessão, ou o prazer se torna um vício, as emoções começam a voltar-se contra nós. A saúde mental depende da higiene emocional e, na grande maioria, os problemas mentais refletem o colapso da organização emocional”.
As emoções podem ter conseqüências tanto úteis quanto patológicas.
Qual a utilidade dessas informações para melhorar a nossa qualidade de vida e, por conseguinte, o autoconhecimento? Identificar os sentimentos através das emoções pode ser um grande avanço para essa conquista. Revele seus sentimentos e descubra-te a ti mesmo.
Comecemos observando as nossas atitudes diante da vida de relação. Como reagimos diante daquilo que nos incomoda, bem como o que nos agrada? Que critério aplicamos para avaliar nossas atitudes?  Usamos dos mesmos recursos para avaliar os outros? Aceitamos a crítica que nos é dirigida em igualdade de condições?
Sendo a emoção, movimento, podemos entender que ao longo da jornada evolutiva do Ser, essas mudanças são percebidas passo a passo. Efetivamente a evolução não dá saltos.  Assim sendo, a percepção da intensidade qualitativa das emoções, parece ser o elemento revelador da identidade espiritual.
As redes sociais criaram linguagens específicas para a moderna comunicação, formatando em expressões gráficas aquilo que julgam ser o sentimento em tempo real, isolando-se do divino contato físico; olhos nos olhos; abraço no abraço; da troca de energia física e psíquica que estimula os sentimentos mais íntimos que provocam a manifestação das emoções mais confiáveis, por serem naturais e humanas.
As emoções, portanto, se revelam nas atitudes proclamadas pelas nossas ações, manifestando os nossos sentimentos. São elas que causam o significado, promovendo o desenvolvimento da personalidade.  Não temos o poder de prever nem de impedir a manifestação das emoções, mas podemos conhecer suas causas e prevenir os resultados.
Neste momento estamos vivendo grande comoção social com o “Covid-19” (Coronavírus), paralisando a humanidade. Mortes coletivas ceifando vidas. Parece que a mãe natureza nos chama à atenção para o exercício da fraternidade, como se quisesse nos dizer que não há liberdade sem igualdade. Não basta a empatia. É necessário a compaixão. ACREdito que todos nós podemos contribuir com o que somos para que o nosso próximo, ou distante, receba o melhor de nós com respeito e gratidão.
Quem tem olhos de ver e ouvidos de ouvir, que veja e ouça. A hora é agora.

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quarta-feira, 4 de março de 2020

Corpo ou Psique? Qual o motivo da queixa?



Por Arleir Francisco Bellieny









Com o avanço da ciência dita oficial (regulada pelas categorias), comemora-se com entusiasmo cada nova droga testada e colocada no mercado para que o consumidor, pacientemente, tenha acesso. Drogas cada vez mais “anti” vírus; bactérias; sensações; dores; humor; sono; etc. Importante notar que todas as manifestações físicas (somatizações), são originadas primariamente a nível de energia. A persistência dos estímulos específicos a longo prazo é que são denunciados pelo corpo através dos sintomas. A Psicologia, estuda e atua nesses fatores noéticos, considerando a pessoa como um ser bio-psico-social-espiritual, numa visão holística (holos, todo), facultando a percepção dos sintomas como um grito das células, avisando que o psiquismo já saturou. Precisa de ajuda para não capitular. A aliança conectiva da Medicina acadêmica com a Psicologia Profunda, com foco e escuta na visão Transpessoal (além da pessoa), parece ser o procedimento adequado para o tratamento integrativo das patologias e psicopatologias. “Tudo o que sentimos e sofremos no desenvolvimento de uma doença física ocorre exclusivamente em nossa consciência” Dethlefsen & Dahlke. Fica a interrogação: Onde está o motivo da sua queixa? No corpo ou na psique?






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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Fluminense pára Rio Branco


Rio Branco teve neste domingo (9/2) a realização de um evento oficial do Fluminense (RJ). Foi um encontro de torcedores tricolores que residem fora do Rio de Janeiro. A festa, promovida pela diretoria do clube e pela torcida FLUACRE, aconteceu no salão de festas da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB)..
A festa contou com a presença do craque e ídolo tricolor Romerito, herói do título brasileiro de 1984 e que veio ao Acre pela primeira vez.
O evento que teve cerca de 300 pessoas vindas de outros Municípios acreanos e até de outros estados, como Rondônia, também foi prestigiado por várias autoridades como o Senador Sergio Petecão , o renomado Psicólogo do Rio de Janeiro Dr. Francisco Bellieny, que atualmente está radicado na cidade, do vice-presidente de Relações Institucionais do Fluminense, Eduardo Mitke, dentre outros.
Foi um momento histórico para Rio Branco e  todo o estado do Acre. Uma grande confraternização. Inesquecível até para torcedores de outros clubes como é o caso desta blogueira que é Botafogo mas apaixonada pelo Acre.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

BOA VIAGEM! NO TREM DA VIDA.




Considerando que todos nós estamos em constante movimento, embarcados na bólide terrestre numa velocidade aproximada de 30 km por segundo, o que equivale a 108.000 km por hora, podemos afirmar cientificamente, que somos de fato, viajores do tempo. E ainda tem gente que não viaja de avião porque tem medo da velocidade de 900 km por hora!
Lembrei-me dessa mensagem e resolvi postar para ajudar na reflexão sobre tempo e espaço, enquanto estamos passageiros viajando no corpo físico.

*Por Arleir Francisco Bellieny

VOCÊ JÁ VIAJOU DE TREM ALGUMA VEZ?

Numa viagem de trem podemos notar uma grande diversidade de situações, ao longo do percurso.
E a nossa existência terrena, bem pode ser comparada a uma dessas viagens, mais ou menos longa.
Primeiro, porque é cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em algumas partidas.
Quando nascemos, entramos no trem e nos deparamos com algumas pessoas que desejamos que estejam sempre conosco: são nossos pais.
Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituíveis...
Mas isso não impede que durante a viagem outras pessoas especiais embarquem para seguir viagem conosco: são nossos irmãos, amigos, amores.
Algumas pessoas fazem dessa viagem um passeio. Outras encontrarão somente tristezas, e algumas circularão pelo trem, prontas a ajudar a quem precise.
Muitas descem e deixam saudades eternas... Outras passam de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são caros, se acomodam em vagões distantes do nosso, o que não impede, é claro, que durante o percurso nos aproximemos deles e os abracemos, embora jamais possamos seguir juntos, porque haverá alguém ao seu lado ocupando aquele lugar.
Mas isso não importa, pois a viagem é cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas...
O importante, mesmo, é que façamos nossa viagem da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os demais passageiros, vendo em cada um deles o que têm de melhor.
Devemos lembrar sempre que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisemos entendê-los, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, certamente, haverá alguém que nos entenda e atenda.
A grande diferença, afinal, é que no trem da vida, jamais saberemos em qual parada teremos que descer, muito menos em que estação descerão nossos amores, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
É possível que quando tivermos que desembarcar, a saudade venha nos fazer companhia...
Porque não é fácil nos separar dos amigos, nem deixar que os filhos sigam viagem sozinhos. Com certeza será muito triste.
No entanto, em algum lugar há uma estação principal para onde todos seguimos... E quando chegar a hora do reencontro teremos grande emoção em poder abraçar nossos amores e matar a saudade que nos fez companhia por longo tempo...
Que a nossa breve viagem seja uma grande oportunidade de aprender e ensinar, entender e atender aqueles que viajam ao nosso lado, porque não foi o acaso que os colocou ali.
Que aprendamos a amar e a servir, compreender e perdoar, pois não sabemos quanto tempo ainda nos resta até à estação onde teremos que deixar o trem.
Pense nisso!
Se a sua viagem não está acontecendo exatamente como você esperava, dê a ela uma nova direção.
Se for verdade que você não pode mudar de vagão, é possível mudar a situação do seu vagão.
Observe a paisagem maravilhosa com que Deus enfeitou todo o trajeto...
Busque uma maneira de dar utilidade às horas. Preocupe-se com aqueles que seguem viajem ao seu lado...
Deixe de lado as queixas e faça algo para que a sua estrada fique marcada com rastros de luz...
Reflita sobre isso... E, boa viagem!



* Arleir Francisco Bellieny é Psicólogo e Terapeuta de Vida Passada, Membro fundador da SBTVP  e da AME – Rio. Expositor Internacional. Atualmente, Psicólogo no Tribunal de Justiça do Estado do Acre e na Diocese de Rio Branco/Acre, nesta, na condição de voluntário, atuando com atendimento  clínico com Psicoterapia de grupo e individual para adolescentes e adultos; Roda de conversas; Dinâmica de grupo objetivando a integração social e os relacionamentos interpessoais na área de Psicologia, nas dependências do Centro Comunitário São Marcos na Cidade do Povo.

Endereço Particular: atendendo também na Rua Jasmim, nº 4,Tropical - Rio Branco - Acre- CEAP - Centro de Estudos e Atenção à Pessoa. Telefones: (68) 32233970/ (21) 999742921 (atendimento on line) / (68) 999753162






sábado, 1 de fevereiro de 2020

Escolhas e Decisões

*Por Arleir Francisco Bellieny


Acontece com frequência em meu consultório, ouvir queixas e frustrações por escolhas ou decisões equivocadas  que tiveram consequências desastrosas.

A proposta dessa postagem, longe de ser um manual de técnicas infalíveis, é chamar a atenção para um tema, que acredito ser fundamental no entendimento dos mecanismos psicológicos, que quando observados, podem levar ajuda a quem estiver interessado.

Os desgastes provenientes das escolhas mal feitas, promovem desconforto e sentimento de culpa, desencadeando uma grande perda de energia que podemos combinar aqui denominá-la de “descompensação” que enquanto perdurar o sentimento de culpa, o estado físico estará sendo cada vez mais comprometido. O corpo físico começa apresentar sinais que podem variar desde simples resfriados ou coceiras, as mais severas e complexas patologias. A frustração experimentada no curso dos episódios, efetivamente, poderá causar um mal maior do que o fato em si.



Na práxis clínica, utilizando técnicas regressivas, tenho deparado com inúmeras histórias trazidas pelas pessoas em estados alterados de consciência, que indicam uma conduta de comportamento inadequado, quando comparados com a vida atual.


E notório uma forte tendência de repetir no presente desta vida, hábitos, costumes e valores, aprendidos e praticados nas suas histórias anteriores, como meio de solução para as situações do cotidiano. Devo considerar que assim se comportam por se sentirem seguras. Nada mais justo, considerando que ninguém procura, conscientemente, algo que poderá trazer desconforto ou perdas.


O que chama a atenção, e é isso que pretendo passar, é a similaridade dos sentimentos e emoções manifestados pelos queixantes.


Oculto nas frases recorrentes, (nada dá certo, não tenho sorte, os outros não me compreendem, parece que o mundo desabou na minha cabeça, tudo que faço dá errado, só acontece comigo, etc e tal), encontra-se um caráter com resistências rígidas, que não admite ser contrariado, levando ao extremo conceitos pré-concebidos, que se tornaram verdadeiros postulados de vida, que em estado de vigília não são notados pelo portador.

São resíduos de personagens que acreditaram ser esta a melhor maneira de agir e conduzir suas escolhas e decisões, porque foi assim que “deu certo”, segundo sua percepção.


Precisamos considerar que no momento de vida atual, não somos mais aqueles personagens, e precisamos nos adequar a situação problema que se nos apresenta aqui e agora.


Assim sendo, enquanto perdurar em nossa organização psíquica aqueles resíduos, tendemos a repetir as mesmas desditas.


Dentre inúmeras maneiras de promover o escoamento dessas energias potencializadas, quero destacar o “autoperdão” como agente libertador das culpas, e por conseguinte, da alma.


Os personagens por nós vivenciados, não devem ser condenados ao sofrimento eterno.


Após identificá-los, passamos a ter para com eles a responsabilidade de suas condutas diante de nós mesmos e para com os outros. Não temos mais o direito de usar os mecanismos de fuga, alegando desconhecermos as causas das nossas aflições.


Essa escolha, causaria novas culpas, e assim, estaríamos repetindo tudo de novo num movimento contínuo criando um ciclo vicioso.

Perdoar aos nossos personagens pelas suas escolhas e decisões equivocadas, é perdoar a nós mesmos. Assim estaremos aplicando o autoperdão, nos libertando da lei de causa e efeito ou lei do retorno, como queira chamar.


Comece mentalizando alguém ou algum fato que te causaram desconforto ou desequilíbrio emocional. Imagine-se perdoando ou pedindo perdão.


Mais cedo do que imagina, sentirá sua energia menos densa, e aos poucos, alcançará o equilíbrio desejado.

Ora! Se não formos capazes de nos perdoar, como poderemos pedir perdão a outrem quando cometermos nossos deslizes?








*Arleir Francisco Bellieny é Psicólogo e Terapeuta de Vida Passada, Membro fundador da SBTVP  e da AME – Rio. Expositor Internacional. Atualmente, Psicólogo no Tribunal de Justiça do Estado do Acre e na Diocese de Rio Branco/Acre, nesta, na condição de voluntário, atuando com atendimento  clínico com Psicoterapia de grupo e individual para adolescentes e adultos; Roda de conversas; Dinâmica de grupo objetivando a integração social e os relacionamentos interpessoais na área de Psicologia, nas dependências do Centro Comunitário São Marcos na Cidade do Povo.

Endereço Particular: atendend na Rua Jasmim, nº 4,Tropical - Rio Branco - Acre- CEAP - Centro de Estudos e Atenção à Pessoa. Telefones: (68) 32233970/ (21) 999742921 (atendimento on line) / (68) 999753162



quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Terapia de Vida Passada – esclarecendo a técnica



*Por Arleir Franscisco Bellieny



           A TVP, conforme se tornou conhecida, é uma metodologia fundamentada na Psicologia Transpessoal, e tem como hipótese principal a Reencarnação.  O Terapeuta de Vida Passada utiliza a regressão de memória como técnica de acesso aos conteúdos psíquicos que se encontram potencializados na psique humana de forma inconsciente. A liberação desses conteúdos durante uma sessão de terapia (com duração aproximada de 90 minutos) se dá em forma de história, permitindo a pessoa que se submete ao tratamento, realizar sua catarse quer seja psíquica, física ou emocional.

           Para o Dr. Morris Netherton (1) um dos mais importantes sistematizadores da TVP, “quando o inconsciente, ao ser acionado começa a “voltar atrás”, encontramos lembranças que se estendem bastante além dos limites desta existência... Os detalhes dessas lembranças formam os acontecimentos que um paciente revive durante uma sessão de terapia de vida passada”. Prossegue ainda esclarecendo que é “fundamental a reconstituição cuidadosa dos sofrimentos e traumas emocionais”, sendo necessário, por esta razão, obter informações detalhadas acerca da morte do então personagem vivido na história, “devendo ele perpassar ativamente cada experiência da morte” (pag. 41).

           De acordo com sua experiência clínica, Netherton (2) assevera que “o trauma sem solução no momento da morte é uma causa primária de distúrbio comportamental” (p. 154), o que mostra a importância de a pessoa reviver a cena da morte dos personagens vivenciados, para melhor trabalhar a transformação no presente.

            Depois de realizada a sessão, as histórias da vida atual e da vida passada são comparadas para que se possa ter a clareza, (Terapeuta e a pessoa submetida), o que de fato precisa ser modificado, com vias a transformação do caráter, objetivo principal do processo terapêutico.

            Dr. Jorge Andréa (3) com sua brilhante inteligência e saber irretocável, que muito contribuiu  no campo dos estudos e da divulgação das evidências científicas da reencarnação, enfatiza que “... as vivências nos processos Transpessoais são de tal ordem que revelam no indivíduo a história da humanidade que é a própria história... Não podemos compreender nos estudos biotipológicos do psiquismo, isolamento dos componentes das vidas pregressas, onde se encontram as raízes que devem ser buriladas e aperfeiçoadas nos pacientes que necessitam de auxílio e esclarecimento”.

            Importante ressaltar que a regressão de memória, como técnica, atua como um “bisturi” de acesso aos conteúdos emocionais que foram reprimidos, imantados e encapsulados no campo magnético do inconsciente em possíveis existências passadas. Esses conteúdos, quando na vida atual sofrem um estímulo externo de qualquer natureza favorecem a conexão, atuando como agentes disparadores da forma-comportamento, liberando sensações, emoções e sentimentos que se cristalizaram em forma de traumas, sistemas de crenças e ou postulados de caráter, conflitando-se com os atuais hábitos, costumes e valores social e ético-moral, dificultando a vida da pessoa no atual universo psicológico em que vive.

            Em alguns casos, a pessoa poderá estar recebendo influência vibracional de presenças desencarnadas, (vítima x algoz x vítima), cuja história encontra-se interligada a vivências passadas, com comprometimentos ante a Lei de causa e efeito. Nestes casos, o Terapeuta consciente das Leis da obsessão, encaminha para atendimento espiritual paralelo em uma casa espírita de sua confiança, cujos dirigentes deverão estar informados da proposta e eficácia dessa terapêutica.

           É importante lembrar que a “obsessão espiritual” oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como “possessão e estado de transe”, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora. O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.
O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV (4) - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

          Com frequência, recebo na minha clínica pessoas com encaminhamento espiritual para o atendimento terapêutico.

           Devo salientar que por tratar-se de uma metodologia com base e fundamentação científica, não requer da pessoa atendida, conhecimentos da reencarnação. Lembro que a reencarnação na TVP é tratada como fato científico e não como religião. Portanto, qualquer pessoa, seja qual for o credo que professe, pode se submeter ao tratamento, desde que haja indicação para tal.  Faz-se necessário esclarecer que as histórias que são construídas a partir das vivências, são únicas e exclusivas. Cada vivência libera conteúdo inédito e original, facilitando assim a realização da interface com os fatos conectados nas múltiplas experiências vivenciadas junto à pessoa.

         Convém lembrar ainda que as pessoas submetidas ao processo regressivo vivenciam histórias pertinentes as suas queixas, com isso, o fato marcante que me torna cada vez mais entusiasmado com essa técnica na clínica, é que as pessoas melhoram suas qualidades de vida ao fazer contato com as supostas causas de suas queixas.
Após compreender o que causava seus tormentos, há um crescente afastamento e/ou espaçamento gradativo dos sintomas, até a eliminação por completo.

         Parece que o fato das pessoas entrarem em contato de forma ostensiva com as causas (catarse) já promove o alívio; sentem-se mais seguras diante da vida entendendo que são pessoas normais, com suas práticas e escolhas pessoais; que são as únicas responsáveis pela conduta adequada ou inadequada; equívocos e aprendizados.  Ao assumir a responsabilidade sobre os fatos, passam a conviver consigo mesmas cobrando-se menos e até transformando suas dúvidas em certezas; suas culpas em autoperdão...                Daí para o caminho da cura.

          Esse tratamento é contraindicado somente nos casos de:

Surtos psicóticos; o indivíduo não está no juízo lógico, logo, não poderá fazer a associação das histórias, anterior e a atual. O psicótico vive uma realidade paralela.
Essa práxi terapêutica requer que a pessoa atendida, esteja em pleno gozo das suas faculdades psíquicas.  É essencial lembrar-se das vivências para poder separar o que pertence ao aqui e agora e o que pertence ao passado dessa vida.

Gravidez; o feto registra todas as emoções, pensamentos e sentimentos que a mãe estiver vivenciando, como se fosse ele.
Corre o risco de ser estimulado às lembranças de vidas anteriores, fazendo conexões com o passado, podendo trazer prejuízos psíquicos ao novo ser em formação na vida intrauterina.

            A TVP como prática terapêutica, não é “panaceia” para todos os males.
 A cura e ou os resultados esperados, somente serão obtidos se forem tomados a sério por ambas as partes. Tanto por parte da pessoa atendida quanto por parte do Terapeuta. Este deverá ter sua formação profissional em Psicologia ou, Medicina com conhecimentos em Psiquiatria, seguidos de formação em Terapia de Vida Passada, em uma das Sociedades que tenham suporte técnico operacional, que ofereçam cursos de formação, bem como, vivenciar sua própria experiência submetendo-se ao acompanhamento terapêutico, pelos terapeutas ditadas responsáveis pelo curso de formação. 




*Francisco Bellieny é Psicólogo e Terapeuta de Vida Passada, Membro fundador da SBTVP  e da AME – Rio. Expositor Internacional. Atualmente, Psicólogo no Tribunal de Justiça do Estado do Acre e na Diocese de Rio Branco/Acre, nesta, na condição de voluntário, atuando com atendimento  clínico com Psicoterapia de grupo e individual para adolescentes e adultos; Roda de conversas; Dinâmica de grupo objetivando a integração social e os relacionamentos interpessoais na área de Psicologia, nas dependências do Centro Comunitário São Marcos na Cidade do Povo.


(1)   Netherton, Morris - Past Lives Therapy - ARAI-JU-SP, 1984.
(2)   Netherton, Morris - Past Lives Therapy – São Paulo, Sumus, 1997.
(3)   Andréa dos Santos, Jorge - Psiquismo Fonte da Vida, 1ª edição Edicel 1995
(4) DSMIV ™ - 4ª edição, tradução Dayse Batista – Artmed  - Porto Alegre 1995.