Foto: Silvia Nobre Wajãpi, Maria Rachel Coelho e João Américo Peret em evento na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, onde demonstraram decepção e preocupação com a construção de Belo Monte.
Seu desempenho no evento apresentado na Câmara Municipal, sob os auspícios do vereador Leonel Brizola Neto, foi excepcional, tratando de temas polêmicos como a construção da hidrelétrica “Bel-Monte” (antiga hidrelétrica Karahô Kayapó), lembrando a heroína TUIRA KAYAPÓ que num gesto simples, encostou um facão (como cetro) na cabeça do exaltado diretor da Eletronorte e disse: - "Estou benzendo você com “meu cetro”: Sua mente para você entender que mais vale a vida do que uma luz elétrica, nós temos o sol; Nos ouvidos para você escutar a voz da razão; Na boca para você não ordenar o afogamento, a morte da Mãe Terra, dos seres vegetais, animais e minerais, enfim, da natureza... Para iluminar a noite temos o brilho das estrelas, da Lua..."
Observação: A índia Tuira Kayapó me contou sua atitude, foi ao perceber que índios e brancos iam entrar em guerra... “Eu tinha que chamar aquele homem tresloucado, à razão; Falei pra a alma dele olhando nos seus olhos. Foi só isso; Ele entendeu que tinha que parar com a discussão.” Os jornais abriram manchete dizendo que foi cena de selvageria, canibalismo... Mas deu certo; baixou sobre a turba um silêncio sepulcral e todos encontraram o caminho de volta às suas casas. A natureza agradeceu. Mas, agora vemos que o grupo que projetou a hidrelétrica, urdia nas sombras uma artimanha para voltar com maior força impondo sua vontade maligna. Passado 35 anos, “rasparam” o nome “Hidrelétrica Karahô” (dos valentes guerreiros Kayapó). E, ardilosamente deram nova roupagem ao projeto, e o nome para: “Hidrelétrica Bel-Monte”. Nota-se que os atores não indígenas de todo mundo que estiveram em Altamira, não perceberam a trapaça...
Vamos ver repetido o que acontece nas construções de hidrelétricas; Milhares de quilômetros quadrados transformados num deserto, que vira lamaçal putrefato, expelindo gás metano, que polui o ar sem controle, asfixia a vida dos seres da natureza e dos seres humanos. E destrói a vida no Planeta. E pasmem, essa destruição tem o apoio incondicional do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como afirma o Cacique Megaron Txukarramãe Kayapó em sua carta denúncia ou Abaixo-Assinado.
Você minha querida amiga Eliane Potiguara, leu a carta do Cacique Megaron Txukarramãe, sobrinho e porta-voz do Cacique Raoni Txukarramãe, redigida especialmente para este Evento político-social, sob os auspícios do Vereador Leonel Brizola Neto, na Câmara Municipal do RJ.
Seu objetivo é transformar a Carta em Abaixo-Assinado (e assinamos), denunciando a construção da hidrelétrica com apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Megaron conclama os parentes, os ecologistas, os aliados dos povos indígenas a resistirem como guerreiros. E se não bastarem os argumentos, se deixarem imolar (afogar na Usina de “Bel-Monte”). Aliás, quero lembrar a vocês que a palavra “Megaron”, nome do cacique Txukarramãe significa “Espírito”. E eu quero assistir as “Olimpíadas de 2016” com vida. - rsrsss.
Como indigenista fiz um comentário sobre a cultura dos povos indígenas, os embates com as populações envolventes, e as mazelas administrativas com a inversão dos valores ético-sociais que assola o país, principalmente o governo. É conveniente lembrar que no jogo de interesses e ilícitos, os jornais publicaram que presidentes da FUNAI, largaram a função para criarem ONGs para se dedicarem a administrar povos indígenas cujas reservas estão localizadas sobre minas de ouro, diamantes, etc. Ou seja, onde existem garimpos.
Por fim, tivemos a Dra. Sílvia Nobre Waiampí, declamando seu poema épico “Essa Terra não é Tua” - e fez o público ficar emocionado, e ela própria declamando em lágrimas.
Para mim, esse poema épico sobre a “invasão européia” nas terras dos Brasilíndios, nos leva a meditar se o nosso planeta é realmente o “Paraíso - Terras Sem Males”, onde os povos indígenas são os Guardiões. Os lamentos dos povos indígenas couberam inteirinhos no poema épico da Dra. Sílvia Nobre Waiampí, que não deixou por menos; Saiu das aldeias Waiampí, no Estado do Amapá, cursou três Faculdades, bacharelou-se. E de quebra cursou a ADESG (equivale a Escola Superior de Guerra), uma instituição que seleciona muito bem seus convidados.
Um abraço terno de jibóia amiga,
João Américo Peret,
indigenista da velha guarda (SPI).
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