segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Fluminense pára Rio Branco


Rio Branco teve neste domingo (9/2) a realização de um evento oficial do Fluminense (RJ). Foi um encontro de torcedores tricolores que residem fora do Rio de Janeiro. A festa, promovida pela diretoria do clube e pela torcida FLUACRE, aconteceu no salão de festas da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB)..
A festa contou com a presença do craque e ídolo tricolor Romerito, herói do título brasileiro de 1984 e que veio ao Acre pela primeira vez.
O evento que teve cerca de 300 pessoas vindas de outros Municípios acreanos e até de outros estados, como Rondônia, também foi prestigiado por várias autoridades como o Senador Sergio Petecão , o renomado Psicólogo do Rio de Janeiro Dr. Francisco Bellieny, que atualmente está radicado na cidade, do vice-presidente de Relações Institucionais do Fluminense, Eduardo Mitke, dentre outros.
Foi um momento histórico para Rio Branco e  todo o estado do Acre. Uma grande confraternização. Inesquecível até para torcedores de outros clubes como é o caso desta blogueira que é Botafogo mas apaixonada pelo Acre.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2020

BOA VIAGEM! NO TREM DA VIDA.




Considerando que todos nós estamos em constante movimento, embarcados na bólide terrestre numa velocidade aproximada de 30 km por segundo, o que equivale a 108.000 km por hora, podemos afirmar cientificamente, que somos de fato, viajores do tempo. E ainda tem gente que não viaja de avião porque tem medo da velocidade de 900 km por hora!
Lembrei-me dessa mensagem e resolvi postar para ajudar na reflexão sobre tempo e espaço, enquanto estamos passageiros viajando no corpo físico.

*Por Arleir Francisco Bellieny

VOCÊ JÁ VIAJOU DE TREM ALGUMA VEZ?

Numa viagem de trem podemos notar uma grande diversidade de situações, ao longo do percurso.
E a nossa existência terrena, bem pode ser comparada a uma dessas viagens, mais ou menos longa.
Primeiro, porque é cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns embarques e grandes tristezas em algumas partidas.
Quando nascemos, entramos no trem e nos deparamos com algumas pessoas que desejamos que estejam sempre conosco: são nossos pais.
Infelizmente, isso não é verdade; em alguma estação eles descerão e nos deixarão órfãos de seu carinho, amizade e companhia insubstituíveis...
Mas isso não impede que durante a viagem outras pessoas especiais embarquem para seguir viagem conosco: são nossos irmãos, amigos, amores.
Algumas pessoas fazem dessa viagem um passeio. Outras encontrarão somente tristezas, e algumas circularão pelo trem, prontas a ajudar a quem precise.
Muitas descem e deixam saudades eternas... Outras passam de uma forma que, quando desocupam seu acento, ninguém percebe.
Curioso é constatar que alguns passageiros, que nos são caros, se acomodam em vagões distantes do nosso, o que não impede, é claro, que durante o percurso nos aproximemos deles e os abracemos, embora jamais possamos seguir juntos, porque haverá alguém ao seu lado ocupando aquele lugar.
Mas isso não importa, pois a viagem é cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas...
O importante, mesmo, é que façamos nossa viagem da melhor maneira possível, tentando nos relacionar bem com os demais passageiros, vendo em cada um deles o que têm de melhor.
Devemos lembrar sempre que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e, provavelmente, precisemos entendê-los, porque nós também fraquejaremos muitas vezes e, certamente, haverá alguém que nos entenda e atenda.
A grande diferença, afinal, é que no trem da vida, jamais saberemos em qual parada teremos que descer, muito menos em que estação descerão nossos amores, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
É possível que quando tivermos que desembarcar, a saudade venha nos fazer companhia...
Porque não é fácil nos separar dos amigos, nem deixar que os filhos sigam viagem sozinhos. Com certeza será muito triste.
No entanto, em algum lugar há uma estação principal para onde todos seguimos... E quando chegar a hora do reencontro teremos grande emoção em poder abraçar nossos amores e matar a saudade que nos fez companhia por longo tempo...
Que a nossa breve viagem seja uma grande oportunidade de aprender e ensinar, entender e atender aqueles que viajam ao nosso lado, porque não foi o acaso que os colocou ali.
Que aprendamos a amar e a servir, compreender e perdoar, pois não sabemos quanto tempo ainda nos resta até à estação onde teremos que deixar o trem.
Pense nisso!
Se a sua viagem não está acontecendo exatamente como você esperava, dê a ela uma nova direção.
Se for verdade que você não pode mudar de vagão, é possível mudar a situação do seu vagão.
Observe a paisagem maravilhosa com que Deus enfeitou todo o trajeto...
Busque uma maneira de dar utilidade às horas. Preocupe-se com aqueles que seguem viajem ao seu lado...
Deixe de lado as queixas e faça algo para que a sua estrada fique marcada com rastros de luz...
Reflita sobre isso... E, boa viagem!



* Arleir Francisco Bellieny é Psicólogo e Terapeuta de Vida Passada, Membro fundador da SBTVP  e da AME – Rio. Expositor Internacional. Atualmente, Psicólogo no Tribunal de Justiça do Estado do Acre e na Diocese de Rio Branco/Acre, nesta, na condição de voluntário, atuando com atendimento  clínico com Psicoterapia de grupo e individual para adolescentes e adultos; Roda de conversas; Dinâmica de grupo objetivando a integração social e os relacionamentos interpessoais na área de Psicologia, nas dependências do Centro Comunitário São Marcos na Cidade do Povo.

Endereço Particular: atendendo também na Rua Jasmim, nº 4,Tropical - Rio Branco - Acre- CEAP - Centro de Estudos e Atenção à Pessoa. Telefones: (68) 32233970/ (21) 999742921 (atendimento on line) / (68) 999753162






sábado, 1 de fevereiro de 2020

Escolhas e Decisões

*Por Arleir Francisco Bellieny


Acontece com frequência em meu consultório, ouvir queixas e frustrações por escolhas ou decisões equivocadas  que tiveram consequências desastrosas.

A proposta dessa postagem, longe de ser um manual de técnicas infalíveis, é chamar a atenção para um tema, que acredito ser fundamental no entendimento dos mecanismos psicológicos, que quando observados, podem levar ajuda a quem estiver interessado.

Os desgastes provenientes das escolhas mal feitas, promovem desconforto e sentimento de culpa, desencadeando uma grande perda de energia que podemos combinar aqui denominá-la de “descompensação” que enquanto perdurar o sentimento de culpa, o estado físico estará sendo cada vez mais comprometido. O corpo físico começa apresentar sinais que podem variar desde simples resfriados ou coceiras, as mais severas e complexas patologias. A frustração experimentada no curso dos episódios, efetivamente, poderá causar um mal maior do que o fato em si.



Na práxis clínica, utilizando técnicas regressivas, tenho deparado com inúmeras histórias trazidas pelas pessoas em estados alterados de consciência, que indicam uma conduta de comportamento inadequado, quando comparados com a vida atual.


E notório uma forte tendência de repetir no presente desta vida, hábitos, costumes e valores, aprendidos e praticados nas suas histórias anteriores, como meio de solução para as situações do cotidiano. Devo considerar que assim se comportam por se sentirem seguras. Nada mais justo, considerando que ninguém procura, conscientemente, algo que poderá trazer desconforto ou perdas.


O que chama a atenção, e é isso que pretendo passar, é a similaridade dos sentimentos e emoções manifestados pelos queixantes.


Oculto nas frases recorrentes, (nada dá certo, não tenho sorte, os outros não me compreendem, parece que o mundo desabou na minha cabeça, tudo que faço dá errado, só acontece comigo, etc e tal), encontra-se um caráter com resistências rígidas, que não admite ser contrariado, levando ao extremo conceitos pré-concebidos, que se tornaram verdadeiros postulados de vida, que em estado de vigília não são notados pelo portador.

São resíduos de personagens que acreditaram ser esta a melhor maneira de agir e conduzir suas escolhas e decisões, porque foi assim que “deu certo”, segundo sua percepção.


Precisamos considerar que no momento de vida atual, não somos mais aqueles personagens, e precisamos nos adequar a situação problema que se nos apresenta aqui e agora.


Assim sendo, enquanto perdurar em nossa organização psíquica aqueles resíduos, tendemos a repetir as mesmas desditas.


Dentre inúmeras maneiras de promover o escoamento dessas energias potencializadas, quero destacar o “autoperdão” como agente libertador das culpas, e por conseguinte, da alma.


Os personagens por nós vivenciados, não devem ser condenados ao sofrimento eterno.


Após identificá-los, passamos a ter para com eles a responsabilidade de suas condutas diante de nós mesmos e para com os outros. Não temos mais o direito de usar os mecanismos de fuga, alegando desconhecermos as causas das nossas aflições.


Essa escolha, causaria novas culpas, e assim, estaríamos repetindo tudo de novo num movimento contínuo criando um ciclo vicioso.

Perdoar aos nossos personagens pelas suas escolhas e decisões equivocadas, é perdoar a nós mesmos. Assim estaremos aplicando o autoperdão, nos libertando da lei de causa e efeito ou lei do retorno, como queira chamar.


Comece mentalizando alguém ou algum fato que te causaram desconforto ou desequilíbrio emocional. Imagine-se perdoando ou pedindo perdão.


Mais cedo do que imagina, sentirá sua energia menos densa, e aos poucos, alcançará o equilíbrio desejado.

Ora! Se não formos capazes de nos perdoar, como poderemos pedir perdão a outrem quando cometermos nossos deslizes?








*Arleir Francisco Bellieny é Psicólogo e Terapeuta de Vida Passada, Membro fundador da SBTVP  e da AME – Rio. Expositor Internacional. Atualmente, Psicólogo no Tribunal de Justiça do Estado do Acre e na Diocese de Rio Branco/Acre, nesta, na condição de voluntário, atuando com atendimento  clínico com Psicoterapia de grupo e individual para adolescentes e adultos; Roda de conversas; Dinâmica de grupo objetivando a integração social e os relacionamentos interpessoais na área de Psicologia, nas dependências do Centro Comunitário São Marcos na Cidade do Povo.

Endereço Particular: atendend na Rua Jasmim, nº 4,Tropical - Rio Branco - Acre- CEAP - Centro de Estudos e Atenção à Pessoa. Telefones: (68) 32233970/ (21) 999742921 (atendimento on line) / (68) 999753162



quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Terapia de Vida Passada – esclarecendo a técnica



*Por Arleir Franscisco Bellieny



           A TVP, conforme se tornou conhecida, é uma metodologia fundamentada na Psicologia Transpessoal, e tem como hipótese principal a Reencarnação.  O Terapeuta de Vida Passada utiliza a regressão de memória como técnica de acesso aos conteúdos psíquicos que se encontram potencializados na psique humana de forma inconsciente. A liberação desses conteúdos durante uma sessão de terapia (com duração aproximada de 90 minutos) se dá em forma de história, permitindo a pessoa que se submete ao tratamento, realizar sua catarse quer seja psíquica, física ou emocional.

           Para o Dr. Morris Netherton (1) um dos mais importantes sistematizadores da TVP, “quando o inconsciente, ao ser acionado começa a “voltar atrás”, encontramos lembranças que se estendem bastante além dos limites desta existência... Os detalhes dessas lembranças formam os acontecimentos que um paciente revive durante uma sessão de terapia de vida passada”. Prossegue ainda esclarecendo que é “fundamental a reconstituição cuidadosa dos sofrimentos e traumas emocionais”, sendo necessário, por esta razão, obter informações detalhadas acerca da morte do então personagem vivido na história, “devendo ele perpassar ativamente cada experiência da morte” (pag. 41).

           De acordo com sua experiência clínica, Netherton (2) assevera que “o trauma sem solução no momento da morte é uma causa primária de distúrbio comportamental” (p. 154), o que mostra a importância de a pessoa reviver a cena da morte dos personagens vivenciados, para melhor trabalhar a transformação no presente.

            Depois de realizada a sessão, as histórias da vida atual e da vida passada são comparadas para que se possa ter a clareza, (Terapeuta e a pessoa submetida), o que de fato precisa ser modificado, com vias a transformação do caráter, objetivo principal do processo terapêutico.

            Dr. Jorge Andréa (3) com sua brilhante inteligência e saber irretocável, que muito contribuiu  no campo dos estudos e da divulgação das evidências científicas da reencarnação, enfatiza que “... as vivências nos processos Transpessoais são de tal ordem que revelam no indivíduo a história da humanidade que é a própria história... Não podemos compreender nos estudos biotipológicos do psiquismo, isolamento dos componentes das vidas pregressas, onde se encontram as raízes que devem ser buriladas e aperfeiçoadas nos pacientes que necessitam de auxílio e esclarecimento”.

            Importante ressaltar que a regressão de memória, como técnica, atua como um “bisturi” de acesso aos conteúdos emocionais que foram reprimidos, imantados e encapsulados no campo magnético do inconsciente em possíveis existências passadas. Esses conteúdos, quando na vida atual sofrem um estímulo externo de qualquer natureza favorecem a conexão, atuando como agentes disparadores da forma-comportamento, liberando sensações, emoções e sentimentos que se cristalizaram em forma de traumas, sistemas de crenças e ou postulados de caráter, conflitando-se com os atuais hábitos, costumes e valores social e ético-moral, dificultando a vida da pessoa no atual universo psicológico em que vive.

            Em alguns casos, a pessoa poderá estar recebendo influência vibracional de presenças desencarnadas, (vítima x algoz x vítima), cuja história encontra-se interligada a vivências passadas, com comprometimentos ante a Lei de causa e efeito. Nestes casos, o Terapeuta consciente das Leis da obsessão, encaminha para atendimento espiritual paralelo em uma casa espírita de sua confiança, cujos dirigentes deverão estar informados da proposta e eficácia dessa terapêutica.

           É importante lembrar que a “obsessão espiritual” oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como “possessão e estado de transe”, que é um item do CID - Código Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora. O CID 10, item F.44.3 - define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.
O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria - DSM IV (4) - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.

          Com frequência, recebo na minha clínica pessoas com encaminhamento espiritual para o atendimento terapêutico.

           Devo salientar que por tratar-se de uma metodologia com base e fundamentação científica, não requer da pessoa atendida, conhecimentos da reencarnação. Lembro que a reencarnação na TVP é tratada como fato científico e não como religião. Portanto, qualquer pessoa, seja qual for o credo que professe, pode se submeter ao tratamento, desde que haja indicação para tal.  Faz-se necessário esclarecer que as histórias que são construídas a partir das vivências, são únicas e exclusivas. Cada vivência libera conteúdo inédito e original, facilitando assim a realização da interface com os fatos conectados nas múltiplas experiências vivenciadas junto à pessoa.

         Convém lembrar ainda que as pessoas submetidas ao processo regressivo vivenciam histórias pertinentes as suas queixas, com isso, o fato marcante que me torna cada vez mais entusiasmado com essa técnica na clínica, é que as pessoas melhoram suas qualidades de vida ao fazer contato com as supostas causas de suas queixas.
Após compreender o que causava seus tormentos, há um crescente afastamento e/ou espaçamento gradativo dos sintomas, até a eliminação por completo.

         Parece que o fato das pessoas entrarem em contato de forma ostensiva com as causas (catarse) já promove o alívio; sentem-se mais seguras diante da vida entendendo que são pessoas normais, com suas práticas e escolhas pessoais; que são as únicas responsáveis pela conduta adequada ou inadequada; equívocos e aprendizados.  Ao assumir a responsabilidade sobre os fatos, passam a conviver consigo mesmas cobrando-se menos e até transformando suas dúvidas em certezas; suas culpas em autoperdão...                Daí para o caminho da cura.

          Esse tratamento é contraindicado somente nos casos de:

Surtos psicóticos; o indivíduo não está no juízo lógico, logo, não poderá fazer a associação das histórias, anterior e a atual. O psicótico vive uma realidade paralela.
Essa práxi terapêutica requer que a pessoa atendida, esteja em pleno gozo das suas faculdades psíquicas.  É essencial lembrar-se das vivências para poder separar o que pertence ao aqui e agora e o que pertence ao passado dessa vida.

Gravidez; o feto registra todas as emoções, pensamentos e sentimentos que a mãe estiver vivenciando, como se fosse ele.
Corre o risco de ser estimulado às lembranças de vidas anteriores, fazendo conexões com o passado, podendo trazer prejuízos psíquicos ao novo ser em formação na vida intrauterina.

            A TVP como prática terapêutica, não é “panaceia” para todos os males.
 A cura e ou os resultados esperados, somente serão obtidos se forem tomados a sério por ambas as partes. Tanto por parte da pessoa atendida quanto por parte do Terapeuta. Este deverá ter sua formação profissional em Psicologia ou, Medicina com conhecimentos em Psiquiatria, seguidos de formação em Terapia de Vida Passada, em uma das Sociedades que tenham suporte técnico operacional, que ofereçam cursos de formação, bem como, vivenciar sua própria experiência submetendo-se ao acompanhamento terapêutico, pelos terapeutas ditadas responsáveis pelo curso de formação. 




*Francisco Bellieny é Psicólogo e Terapeuta de Vida Passada, Membro fundador da SBTVP  e da AME – Rio. Expositor Internacional. Atualmente, Psicólogo no Tribunal de Justiça do Estado do Acre e na Diocese de Rio Branco/Acre, nesta, na condição de voluntário, atuando com atendimento  clínico com Psicoterapia de grupo e individual para adolescentes e adultos; Roda de conversas; Dinâmica de grupo objetivando a integração social e os relacionamentos interpessoais na área de Psicologia, nas dependências do Centro Comunitário São Marcos na Cidade do Povo.


(1)   Netherton, Morris - Past Lives Therapy - ARAI-JU-SP, 1984.
(2)   Netherton, Morris - Past Lives Therapy – São Paulo, Sumus, 1997.
(3)   Andréa dos Santos, Jorge - Psiquismo Fonte da Vida, 1ª edição Edicel 1995
(4) DSMIV ™ - 4ª edição, tradução Dayse Batista – Artmed  - Porto Alegre 1995.

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Democracia é representatividade plena!

Democracia é representatividade plena! 



 *Por Maria Rachel Coelho Pereira





Só se efetivando a cidadania, e isso se comprova com atos na prática, se alcança o objetivo, em profunda consonância com os anseios do povo brasileiro e com valores humanísticos e Princípios Constitucionais. ________________________________________________________________________ 


Sieyes ficou conhecido como primeiro teórico constituinte do nosso tempo. Elaborou uma teoria sobre o Poder Constituinte, este, surgindo de um processo histórico, revolucionário (Revolução Francesa), onde o povo se ergue contra o Estado. Fundada nessa ideia nasce uma Teoria de Poder Constituinte que tem como titular o povo. A fonte capaz de criar os poderes do Estado, fonte criadora e superior a este. 


Então o titular do Poder Constituinte é o povo. Mas quando nos deparamos com a Constituição de 1937, feita por um ditador, a de 1824, outorgada por um imperador ou a de 1967 ou a de 1969, nenhuma delas foi feita pelo povo diretamente nem por seus representantes com essa finalidade. 

Temos que romper com a ideia de que o Poder Constituinte é sempre democrático. Não adianta se falar em democracia com uma Constituição que não funciona e com representantes que não representam os anseios do povo. 

Não é só o povo que faz Constituição mas quem consegue de alguma forma elaborá-la. O titular do Poder Constituinte é quem consegue fazer a Constituição, o povo, o imperador, Getúlio Vargas, Napoleão e a partir dessa teoria conseguimos aceitar Constituições outorgadas por outros titulares. 

Isso também não se confunde com a legitimidade de uma Constituição. Esta elaborada vamos discutir se é legítima ou não, se os representantes eleitos pelo povo a estão cumprindo, entrando na questão da democracia. Democracia exige participação efetiva do titular, que no caso do Estado brasileiro se dá pela representação; igualdade de voto; entendimento esclarecido; controle da pauta política; e inclusão. 

O critério de legitimidade está ligado à vontade popular. É a aferição com a vontade popular, se a representatividade funciona ou não pois até pode-se ter uma Constituição elaborada e efetivada por um tirano mas atendendo aos anseios daquela sociedade. Convencer o povo de que votam e são representados e vivem num Estado democrático, porque está escrito numa Constituição elaborada por seus representantes e por isso é legítima é enganá-lo, ludibriá-lo. Temos que dissociar a questão da legitimidade do processo de elaboração e de efetivação pois legitimidade verdadeiramente nada tem a ver com o processo de elaboração e efetivação da Constituição e das leis. 

Desta forma, a Constituição Federal de 1988 está longe de ser democrática e caminhando para seus 30 anos de vigência, nada temos a comemorar. Tão somente o fato de ter sucedido um quarto de século de governo autoritário, de um governo de exceção. Uma transição de um estado autoritário para um estado democrático, mas uma democracia falha de acordo com Democracy Index 2017, o Brasil está na 49ª colocação (2). Ou pelas várias constituições contidas nela de acordo com o tema, como por exemplo; a constituição dos índios, a constituição verde, a constituição da criança e do adolescente, a constituição da educação etc. Constituições setoriais, axiológicas, valorativas, consideradas pela parcialidade que instituem na perspectiva dos temas. E que integram um Princípio maior que é a Dignidade da Pessoa Humana. Não se fala mais em Constituição integral, porque a sociedade saudavelmente diferenciada é imune ao totalitarismo hegemônico das eventuais minorias que empolgam o poder. O que há de integral é a pessoa humana e sua interpretação para que esse direito se efetive. 

Um texto promulgado, que diga-se de passagem, totalmente emendado, fora as mais de 1,5 mil propostas de emendas que tramitam no Congresso, (uma delas quer mudar a forma de demarcação das terras indígenas). E aqui faço uma ressalva: nada contra emendar a Constituição que, quanto à sua estabilidade, é classificada como rígida (art. 60, §2º.), mas que se emende quando seja necessário e seu texto esteja desatualizado, temas como a reforma política e a criação de um sistema tributário mais justo (isto é, mais progressivo e redistributivo), ajustes no pacto federativo, o aperfeiçoamento do processo legislativo, dentre tantas outras. Aliás, o legislador constituinte originário teve a sabedoria de compreender suas limitações e autorizou os agentes constituídos, que desnecessitam de esperar por leis, na realização de fins maiores, como é o caso das normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais, que tem aplicação imediata. 

Não basta o texto contemplar a vontade popular. Uma Constituição e um Estado democráticos não se resumem a textos mas se apuram na prática. Enquanto não entendermos isso a Constituição vai continuar sendo apenas a "mãe das leis", a “Constituição Cidadã” mas não de nossas crianças, nossos índios, nossa floresta, nossos trabalhadores, nossos idosos e de todos os excluídos. E o Brasil vai continuar caindo nos rankings que classificam os países que vivem uma democracia de verdade.Temos que assumir isso, de forma compartilhada, Executivo, Legislativo e Judiciário. Revivendo outro processo histórico, revolucionário. A Revolução do século XXI exige igualdade de oportunidade a todos e essa inclusão só se dará quando o povo for efetivamente representado. 

Enquanto não tivermos um funcionamento efetivo de um governo eleito e respeito ao Estado de Direito ( functioning of Government e Rule os Law), representando legitimamente o povo; um Congresso com parlamentares que honrem seus compromissos sociais assumidos com seus representados (o povo, verdadeiro titular); e a mais alta Corte do país interpretando de forma fiel os dispositivos constitucionais, transmitindo segurança jurídica aos jurisdicionados para que se faça respeitada, enquanto cortarem gastos com a saúde e investimentos com a educação para baixar o diesel, enquanto houver miséria, analfabetismo, desemprego; enquanto não respeitarmos o direito intangível e originário dos povos indígenas de usufruírem de suas terras sem ameaças; enquanto as multas administrativas aplicadas pelos órgãos ambientais não forem cobradas e pagas, não teremos a moral de falar em Democracia. 

A Constituição de 1988 não foi nem será cidadã e o Brasil não é nem será um Estado Democrático enquanto não percebermos isso.
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(2) Economist Intelligence Unit Democracy Index é uma unidade de Inteligência da revista inglesa The Economist, que elabora o Índice de Democracia examinando o estado de democracia em 167 países, elaborando um ranking de acordo com o nível de seu regime de governo, quantificando-a, concentrado em cinco critérios: I) processo eleitoral e pluralismo (electoral process and pluralism); II) funcionamento do governo (functioning of government);; III) participação política (political participation); IV) cultura política (political culture); e V) respeito às liberdades civis (civis liberties). Ao final da pontuação, os países são classificados em quatro categorias: democracias plenas (full democracies); democracias falhas (flawed democracies); regimes mistos entre democracia e autoritarismo ( hybrid regimes); autoritários (authoritarian). 



*Maria Rachel Coelho Pereira é Doutora em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas, (UNICAMP), Pós-Doutoranda em Democracia e Direitos Humanos pela Universidade de Coimbra (UC), Mestre em Direito pela Sociedade de Ensino Superior Estácio de Sá (UNESA), Especialista em Direito Público e Privado; Direito Penal e Processual Penal e Direito Civil e Processual Civil pela UNESA. Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), nesta, na condição de convidada. Aprovada no XXXVII Concurso para Magistratura de Carreira do Estado do Rio de Janeiro, em maio de 2003, Professora da Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro e da Escola de Magistratura do Amazonas. Parecerista em Causas Indígenas. Palestrante da Academia Brasileira de Letras desde 30 de agosto de 2012, inclusive com artigos publicados na Revista Anual desta Instituição. Indigenista há mais de 20 anos, atuando em várias causas, dentre elas, a demarcação da TI Raposa e Serra do Sol em Roraima; O Antigo Museu do Índio do Maracanã; A permanência dos Guarani em Camboinhas, Niterói; A situação dramática dos indígenas processados e presos em Mato Grosso do Sul; A questão dos suicídios em Dourados, dentre outras.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

O que é ser um educacionista?

Resolvi escrever este artigo para esclarecer o que é ser um educacionista. As pessoas estão confusas e não estão entendendo qual a proposta do Educacionismo.

Inicialmente, cabe ressaltar que o termo "educacionismo" é um termo cunhado ainda no século XIX, para designar os adeptos da "transformação social" através da "educação", que substituiria a ação política. É uma das características do anarco-comunismo de Piotr Kropotkin (1842-1921).

No Brasil, o primeiro a falar de Educacionismo foi o professor Sílvio Gallo, em O Paradigma Anarquista em Educação e também em Educação Libertária. Gallo é filósofo e professor da UNICAMP.

O termo Educacionismo também está relacionado ao escritor e político mexicano Justo Sierra (1848-1912), cujas idéias e iniciativas na vida educacional do seu país foram marcantes para a época. Fiel aos ideais liberais e positivistas, lutou por uma educação primária de caráter nacional, laica e gratuita; preocupou-se com a formação e valorização dos docentes; foi um dos principais criadores da Universidade Nacional Mexicana. Acreditava na educação como fator de crescimento econômico e de aperfeiçoamento da vida social.

Como todos podem ver, o termo tem a sua história.

Cristovam Buarque, já os conhecendo, procurou recuperar, recontextualizar (repolitizar) a palavra. Logo após sua campanha presidencial em 2006 encontrou um grupo que inicialmente começou com Ney Bravo, de São Paulo, e o Luis Afonso, do Rio Grande do Sul, e eu, no Rio de Janeiro que começaram a trabalhar por esse ideal.

Começamos a fazer os Núcleos em todo o Brasil. Eu trouxe comigo o Professor Tomaz e Emanuel da Paraíba; o Ricardo Menezes, do Mato Grosso do Sul; o Professor Belém e o Professor Ademir Ramos do Amazonas; o Junior de São Paulo; o Professor Francisco de Pernambuco e inúmeros educacionistas que acreditaram nessa causa. Mas tínhamos um grande problema pela frente: como nos organizarmos para realizarmos esse sonho, já que para nós, educacionistas, essa causa consiste também em tomar as medidas necessárias para que todas as crianças iniciem cedo sua caminhada escolar (a partir dos quatro anos de idade), aprendam limites, valores e que as recompensas venham não pelo caminho fácil, do “jeitinho” que compra atalhos, mas pelo mérito; que encontrem salas de aulas disponíveis e com pleno potencial de aproveitamento de recursos pedagógicos e tecnológicos; que os professores se preparem bem, sejam bem remunerados, vocacionados e consequentemente não se ressintam em ser cobrados após serem valorizados; que possam contar com diretores de escola disponíveis, entusiastas e agregadores de parcerias pelo bem da escola; e que possam contar com gestores públicos que pensem em políticas públicas que envolvam as famílias no processo educativo, assim como acontece em países como a Finlândia e Inglaterra.

Os desafios são muitos. O maior como sempre é colocar nossa criatividade à prova para obter recursos para nossa empreitada de forma ética e transparente. 

O Movimento Educacionista não é do Senador Cristovam. Mas de todos aqueles que além do plano das ideias, se preocupem com a educação de todos e façam alguma coisa para mudar a triste realidade e melhorar a educação na prática. 


E nós não paramos. Não somos movidos a cargos mas sim por uma imensa paixão. Esta é a grande diferença.


Nosso projeto não visa só eleições e cargos. Nosso propósito é maior, não se restringe a discursos e lançamento de livros. Tenho encontrado ajuda de senadores independentemente dos estados e de partidos políticos, principalmente na causa indígena e na educação indígena.  Queremos mudar a realidade, somos Educacionistas porque queremos trabalhar essa causa. Porque acreditamos em todos esses discursos, mas pensamos que até mesmo para continuar a divulgá-los temos que mostrar que isso é possível. E o Educacionismo é possível. Disso, nós não temos a menor dúvida.

* Professora Universitária e Diretora-Presidente do Movimento Educacionista do Brasil - MEB




terça-feira, 8 de maio de 2018

O que é o “Movimento Educacionista”



O que é o “Movimento Educacionista”

*Por Maria Rachel Coelho




Inspirada por várias mensagens que me parabenizaram por eu ter encontrado parlamentares que tem muito mais afinidade com nossa causa e com o trabalho do Movimento Educacionista, resolvi assinar este artigo para afirmar que agora achamos nosso rumo e chamar a todos os nossos coordenadores que queiram voltar para restabelecermos nossos núcleos estaduais.

Inicialmente cabe definir, ainda que superficialmente, o que é o  Educacionismo. Trata-se de  um Movimento ecológico e educacional, com duas vertentes que se unem.

A primeira ideológica porque tem implícita uma revolução. Defendemos uma visão nova de que o progresso civilizatório não deve se basear no progresso econômico e sim no progresso cultural, científico, tecnológico.

Defendemos uma igualdade horizontal que implica na garantia de um equilíbrio ecológico para as futuras gerações e também uma igualdade vertical que implica em oportunidades entre as classes da geração atual.

A garantia do equilíbrio ecológico decorre da educação, que mudará a maneira como nós nos relacionamos com a natureza e esse equilíbrio ecológico também depende de avanços científicos e tecnológicos.

Nossa outra vertente é política porque baseada na vontade de mudar a realidade e não ficar só no plano das idéias. Para fazermos as mudanças educacionistas é necessário um processo político.

Essa é a utopia do século XXI, baseada na igualdade pela educação. Substituta de todas as propostas de utopia fracassadas seja porque não conseguiram se associar a regimes democráticos e  a valores humanísticos em seus ideais, seja porque foram principalmente depredadoras da natureza.
Propostas elaboradas em uma época onde não havia o poder da técnica dos dias de hoje, portanto, não se adequam a nossa realidade, por exemplo, quando Marx morreu, em 1883, não havia luz elétrica nas casas, não haviam automóveis nas ruas, nem moto serra nas florestas. As alternativas de construir uma utopia pela economia, na propriedade do capital, não funcionaram em sistema nenhum. 
O Educacionismo é necessário e se adequa ao contexto atual. A única forma de se atingir uma igualdade social é “transferir para as mãos da classe trabalhadora” a mesma escola da elite. Uma só escola para ricos, pobres, brancos, índios e negros.

Em 2019 o Brasil fará 130 anos de forma republicana de governo. Uma república que desenhou uma nova bandeira e nela escreveu “ Ordem e progresso”. Republicanos, parte de uma elite insensível em escrever uma frase na bandeira de um país com 65% da população analfabeta. Uma bandeira para apenas 35% de brasileiros, os outros 65%, que naquela época correspondiam a 6,3 milhões de brasileiros ficaram sem bandeira.

Hoje, 129 anos depois, a taxa de analfabetismo é de 13,6%, embora isso corresponda a 16 milhões de brasileiros para os quais é absolutamente indiferente misturarmos as letras aleatoriamente ou colocarmos outra mensagem na bandeira.


Não toleramos mais a desordem e o desprogresso de um vergonhoso sétimo lugar em analfabetismo. Continuaremos reescrevendo essa história para aperfeiçoarmos nossa democracia, para justificarmos nossa república, para mantermos um lema em nossa bandeira, para completarmos a abolição.

2018 é um ano de eleições e de oportunidade para confirmarmos nossas conquistas e buscarmos outras.

Sonhamos com políticos sérios e educacionistas sendo  eleitos e reeleitos. Com um povo mais educado e capaz de mudar seu destino.

Que não se comemore reduções no desmatamento mas que cesse toda e qualquer forma de destruição de nossas florestas.

Que em 2018 publiquemos muito mais capítulos dessa  luta obstinada rumo a um futuro de igualdade  e inclusão social. Com todos os brasileiros conseguindo ler a frase de nossa bandeira. Com todas as nossas crianças felizes, sentadas num banco de escola,  consumindo consoantes e vogais, desenhando a esperança de uma nova sociedade, mais digna e humana.

* Professora Universitária e Diretora-presidente do Movimento Educacionista do Brasil.