quinta-feira, 30 de abril de 2009

CRIME CONTRA O MEIO AMBIENTE E CONTRA A UNIÃO

O fazendeiro Paulo César Quartiero, maior produtor rural instalado no interior da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, decidiu adotar a política da terra arrasada.

Ontem à tarde, na Fazenda Depósito, que fica a cerca de 170 quilômetros da capital, Boa Vista, a movimentação era intensa. Carretas enormes e fechadas deixavam a fazenda levando o rebanho da raça canchim que Quartiero possui, com quase cinco mil cabeças. Em outra parte, grupos de peões retiravam telhas, portas, esquadrias, estruturas metálicas, enfim, todo o material que pode ser aproveitado em outra obra. Logo atrás deles, vinha uma enorme retroescavadeira, derrubando paredes e revolvendo pisos.

Quartiero é o maior produtor de arroz irrigado de Roraima, com índices de produtividade que se aproximam dos obtidos nos Estados do Sul. Ele também planta soja e cria gado. Mas não possui títulos legais das terras que começou a ocupar no final dos anos 70. De acordo com as leis do País, ele não tem direito a indenização pelas terras nas quais investiu pesadamente, devendo receber apenas pelas benfeitorias. Mas, ele contestou o valor avaliado pelo governo e se recusou a receber a primeira parcela depositada. A decisão de destruir tudo, cria um novo atrito com a Justiça e com o governo.

Técnicos da área ambiental que estiveram em sua fazenda o acusam de ter destruído matas ciliares, áreas de preservação permanente, além de ter poluído os rios. As multas chegam a R$ 36 milhões. Comentando sua saída, Quartiero disse: "Perdemos. Mas vamos sair de cabeça erguida.

Fonte: O Estado de S. Paulo.

3 comentários:

Carlos Eduardo Balteiro disse...

Rachel
Ainda dizem que os índios é que são selvagens.

Kadu

MARCELO DIAS disse...

Como se esse senhor não soubesse já desde dezembro, época que foi iniciado o julgamento e quando o ministro Ayres Brito deixou seu brilhante voto público e notório que ainda foi seguido por vários outros ministros.
Se continuou plantando sabia, ou correu o risco de perder a colheita.
Lógico que ele não quer aceitar a indenização paga pela união. Deve estar entupido de diamantes, ouros e dinheiro que durante todas essas décadas acumulou às custas do trabalho escravo dos indios da região e às nossas custas já que todo aquele patrimônio é propriedade dos brasileiros.

Parabéns, Rachel
Conte com a gente

Marcelo Dias
Camboinhas - Rio de Janeiro

Japa - RR disse...

Rachel
Você tem que vir aqui. Boa Vista está uma baderna.
Hoje houve um acordo e o Quartiero e demais vão conseguir a colheita.
Nosso point de forró é só caminhões e tratores. Viramos depósito público. Mudei de cel. Te enviei no orkut por depoimento.
saudades
Japa